sábado, 6 de fevereiro de 2016

Estar entre CCol.'. - O que significa??




I- INTRODUÇÃO

O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do “Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões de nossas LLoj.'. MMaç.'. e que infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas nas LLoj.'.

O interior de uma Loj.'. Maç.'. (Templo) é dividido em quatro partes, onde a mesma simboliza o Universo. Assim temos o Oriente, o Ocidente,o Norte e o Sul.

Em algum tempo na História, logo após a construção do primeiro T.'. Maç.'. do mundo, o Freemasons Hall, em Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no Parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul.

Assim, quando um Ir.'., em Loj.'., está "Entre a Coluna do Norte e a do Sul", e não entre as Colunas B e J, mesmo próximo à grade que separa o Oriente do resto da Loja, o Ir.'. estará "Entre Colunas".
 
Desta forma então, é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos maçons tem que começar entre as Colunas B e J.

Tanto isso é verdade, que os TT.'. Modernos, especialmente de LLoj.'. sob a  jurisdição da Grande Loja Unida Sul Americana, têm as Colunas B e J junto a porta de entrada do T.'. do lado de dentro, já no Grande Oriente do Brasil de MG, suas Colunas B e J ficam no Átrio, e não no interior do T.'.

Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é “Estar Entre Colunas”:

• É conjunto de OObr.'. que formam as CCol.'. do Norte e do Sul;

• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros, morais e humanos, que mantêm a Instituição Maçônica em pleno funcionamento;

• É quando a palavra está nas CCol.'. em discussão;

• É quando um Ir,',, coloca-se ou posta-se entre as CCol.'. do Norte e do Sul, no centro do piso de mosaico, evidenciando assim, que o Obreiro que assim o faz, fica sendo o Alvo de atenção de toda Oficina;

• Na circulação do T.'. de Benef.'., o Ir.'. Hosp.'. aguarda "Entre Colunas";



• Quando o Ir.'. Porta-Bandeira, com a Bandeira apoiada no ombro, entra no T.'. imediatamente se posta "Entre Colunas";

• Na apresentação de TTrab.'., o Ir.'. deve-se apresentar “Entre Colunas”.;

• No atraso do Ir.'., o mesmo ao adentrar ao T.'. ficará à Ord.'. e "Entre Colunas", aguardando a ordem do V.'.M.'. para que tome posse do seu assento.

II – DESENVOLVIMENTO

Em toda a Assembleia Maçônica, os IIr.'. poderão fazer uso da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao V.'.M.'., e obrigatoriamente levar ao seu conhecimento o assunto a ser tratado.

Sendo um Obr.'. impedido de falar, ou sofrendo algum desrespeito a seus direitos, poderá solicitar ao V.'.M.'. que o conduza ”Entre Colunas”, e se autorizado pelo V.'.M.'., o mesmo poderá falar sem ser interrompido desde que haja decoro de sua parte.

Se, para estar "Entre Colunas", é necessária a autorização do V.'.M.'., em contra partida, nenhum Ir.'. pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loj.'., sob pena de punição.

No entanto, as possibilidades do uso da Pal.'. "Entre Colunas", são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos OObr.'. do Quad.'., sendo uma das maiores fontes da garantia do direito, e da liberdade, tanto para os IIr.'., quanto para a Loj.'.

Não há regulamentação; talvez por isso, a cada dia passado, esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.

Atualmente um Ir.'. somente é solicitado a estar "Entre Colunas", em situação de humilhação ou situações tanto quanto degradantes e constrangedoras.

Associou-se a ideia de responder "Entre Colunas" à ideia de punição, quando em realidade, isso deveria ser diferente e muito melhor explorado, em beneficio do Quad.'. de OObr.'. de todas as LLoj.'.

Estando "Entre Colunas", um Ir.'. pode acusar, defender a sua posição ou de outrem, pedir e julgar, assim como, comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.

A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão, que quando um Ir.'. estiver em P.'. e a Ord.'. e "Entre Colunas", para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo V.'.M.'., ato este conferido ao mesmo.

Estando Entre Colunas, o Ir.'. NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitudes.

Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem quer seja, aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita "Entre Colunas", nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel ou seu silêncio.

Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas "Entre Colunas" injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Ir.'. sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.

Quando um Ir.'. está "Entre Colunas" e indaga os demais IIr.'. sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta e nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio, por aquele que tenha algo a responder.

Uma aplicação prática do "Entre Colunas",  pode ser referente a assuntos de fora do mundo maçônico.

É lícito e muito útil pedir informações "Entre Colunas", sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Ir.'. ou Prof.'., desde que haja razões válidas para tal fim.

Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração ás leis Maçônicas.

O Ir.'. que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo o que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loj.'.

Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas Universais.

Suponhamos que um Ir.'. tenha algum negócio a realizar em outra cidade e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou firma. A ele é lícito indagar essas informações "Entre Colunas" e todos os demais IIr.'., se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem respostas ao solicitante.

Outro meio lícito e útil de se obter informações é através de uma prancha, endereçada a uma determinada Loj.'., para se lidar "Entre Colunas".

Neste caso, a Loj.'. é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio sobre o assunto, cabendo a ela todos os direitos, obrigações e cabendo todos os direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.

III – CONCLUSÃO

Muitas são acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de "Estar entre Colunas", porém, deve o Maçom sempre edificar suas CCol.'. interiores, embasado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de bons Costumes.

Como dissemos no início, não há mais regulamentação ou Leis Normativas para o uso do "Entre Colunas"; e, se não há normas que sejam encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente, os princípios da condição de “Estar Entre Colunas”, é de que somente a verdade pode ser dita.

Obedecido este princípio tudo mais é decorrência.

Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que regem as Colunas da Maçonaria, pois "Estar entre Colunas" é estar entre IIr.'.
BIBLIOGRAFIA

ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: “ A TROLHA.
CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.
Símbolos Maçônicos e suas origens. Londrina: “A TROLHA”.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom.
EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
PUSCH, Jaime. A B C do aprendiz.
Colaboração e Pesquisa: Weber Varrasquim “GLUSA”.

Julho de
2011
 
Postado pelo Ir.'. Humberto Siqueira Cardeal, no blog: http://jamilkaussa24.blogspot.com.br em 31/08/2011
 

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