terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

22/02 - A história do Dia Internacional do Maçom


Postado no gmail em 22/02/2016 pelo
Ir.'. José Carlos Vincenzo
A.'.R.'.L.'.S.'. "Luz de São João" nº 750
Or.'. de São Bernardo do Campo - SP

Nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 1.994, realizou-se em Washington, nos Estados Unidos, a Reunião Anual dos Grão-mestres das Grandes Lojas da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México).

Na ocasião, estiveram presentes como Obediências Co-Irmãs (Sisters Jurisdictions), a Grande Loja Unida da Inglaterra, a Grande Loja Nacional Francesa, a Grande Loja Regular de Portugal, a Grande Loja Regular da Itália, O Grande Oriente da Itália, a Grande Loja Regular da Grécia, a Grande Loja das Filipinas, a Grande Loja do Irã, no exílio; além do Grande Oriente do Brasil, com uma delegação chefiada por seu Grão-Mestre Francisco Murilo Pinto, que ali estava como observador.

Ao encerramento dos trabalhos, o G.'.M.'. da Grande Loja Regular de Portugal, Ir.'.Fernando Paes Coelho Teixeira, apresentou uma sugestão encampada pelos G.'.MM.'. de todas as Grandes Lojas dos Estados Unidos e mais as do México e Canadá, no sentido de fixar o dia 22 de fevereiro como o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, a ser comemorado por todas as OObed.'. reconhecidas, o que foi totalmente aprovado.

E por quê 22 de fevereiro?

Porque foi no dia 22 de fevereiro de 1.732, em Bridges Creek, Na Virginia (EUA), que nasceu GEORGE WASHINGTON, o principal artífice da independência dos Estados Unidos. Nascido pouco depois do início da Maçonaria nos Estados Unidos - o que ocorreu em 23 de abril de 1.730, no estado de Massachussets - Washington foi iniciado a 4 de novembro de 1.752, na "Loja Fredericksburg nº 4", de Fredericksburg, VI; elevado ao grau de C.'. em 1.753, e exaltado a M.'. em 4 de agosto de 1.754.

Representante da Virgínia no 1º Congresso Continental (1.774) e Comandante-geral das forças coloniais (1.775), dirigiu as operações, durante os cinco anos da Guerra de Independência, após a declaração de 1.776. Ao ser firmada a paz em 1.783, renunciou à chefia do Exército, dedicando-se então aos seus afazeres particulares. Em 1.787, reunia-se, em Filadélfia, a Assembleia Constituinte, para redigir a Constituição Federal e Washington, que era um dos Delegados da Virginia, foi eleito, por unanimidade, para presidi-la.


E, depois de aprovada a Constituição, havendo a necessidade de se proceder à eleição de um Presidente, figura nova na política norte-americana, Washington, pelo seu passado, pela sua liderança, e pelo prestígio internacional de que desfrutava, era o candidato lógico e foi eleito por unanimidade, embora desejasse retornar à vida privada e dedicar-se às suas propriedades.

Como Presidente da República Norte-Americana, nunca olvidou a sua formação maçônica: ao assumir o seu primeiro mandato, em abril de 1.789, prestou o seu juramento constitucional sobre a Bíblia da "Loja Alexandria nº 22", da qual fora V.'.M.'. em 1.788; em 18 de setembro de 1.783, como G.'.M.'. "pro-tempore" da Grande Loja de Maryland, colocou a primeira pedra do Capitólio - o Congresso norte-americano - apresentando-se com todos os seus paramentos e insígnias de alto mandatário Maçom.


Falecido em 14 de dezembro de 1.799, seu sepultamento ocorreu no dia 18, em sua propriedade de Mount Vernon, numa Cerimônia Fúnebre Maçônica, dirigida pelo Rev. James Muir, capelão da "Loja Alexandria nº 22", e pelo Dr. Elisha C. Dick, V.'. M.'. da mesma Ofic.'.

Como se pode ver, a criação do DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM representou uma homenagem mais do que justa a um grande maçom, além de também ser historicamente pertinente.

O G.'.O.'.B.'., através do Decreto nº 003, de 10/02/95, do seu G.'.M.'. Francisco Murilo Pinto, atendeu à recomendação da reunião das mais importantes potências Maçônicas do mundo, e passa a comemorar o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM a 22 de fevereiro, com plenas justificativas maçônicas e históricas.

Fonte: Gerald Koppe Júnior

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Estar Entre Colunas - O Que Isto Significa?

 

Postado em 31/08/2011 -  pelo Ir.'. Humberto Siqueira Cardeal, no blog
http://jamilkauss24.blogspot.com.br
A.'.R.'.B.'.L.'.M.'. "Jamil Kauss" nº 24 - Or.'. de Araruama - RJ
 

I - INTRODUÇÃO

O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do “Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões capitulares de uma das Ordens Básicas da Maçonaria, que foi a Ordem dos Cavaleiros Templários. Infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas nas Lojas.

O interior de uma Loj.'. Maç.'. (Templo) é dividido em quatro partes, onde a mesma simboliza o Universo. Assim temos o Or.'., o Oc.'., o N.'. e o S.'.

Em algum tempo na história, logo após a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Freemasons Hall, em Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Col.'. do N.'. e Col.'. do Sul.'.

Assim, quando um Irmão, em Loj.'. está entre a Col.'. do N.'. e a Col.'.do S.'., e não entre as CCol.'. B e J. Mesmo próximo à grade que separa o Oriente do resto da Loja, o Irmão estará Entre Colunas. Desta forma é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos maçons tem que começar entre as Colunas B e J.

Tanto isso é verdade, que os Templos modernos, especialmente de LLoj.'. de Jurisdição da Grande Loja Unida Sul Americana, que tem as CCol.'. B e J junto a porta de entrada do templo pelo lado de dentro, já o Grande Oriente do Brasil de MG, têm suas CCol.'. B e J no Átrio, e não no interior do Templo.


Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é “Estar Entre Colunas”:

• É conjunto de Obreiros que formam as CCol.'. do N.'. e do S.'.

• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;

• É quando a palavra está nas CCol.'. e em discussão;

• É quando o Ir.'., colocar-se ou postar-se entre as CCol.'. do N.'. e do S.'., no centro do piso mosaico onde isto evidencia que o Obr.'. que assim o faz, é o Alvo de atenção de toda Ofic.'.;

• Na circulação do Tr.'. de Benef.'., o Ir.'.Hosp.'. aguarda entre Colunas;


• Quando o Ir.'. P.'.Band.'., com a Band.'. apoiada no ombro, entra no Templo, por sua vez se põe Entre CCol.'.;

• Na apresentação de TTrab.'., o Ir.'. se apresentar “Entre Colunas” durante o Tempo de Estudos, ou no Período de Instrução;

• No atraso de um Ir.'., o mesmo ao adentrar ao T.'. ficará à Ord.'. e entre CCol.'., aguardando a ordem do V.'. M.'. para que tome posse do assento.


II - DESENVOLVIMENTO

Em toda a Assembleia Maçônica, os irmãos poderão fazer uso da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao V.'. M.'., e obrigatoriamente levar ao seu reconhecimento o assunto a ser tratado.

Sendo o Obr.'. impedido de falar, ou quando o mesmo venha a sofrer algum desrespeito a seus direitos, poderá solicitar ao V.'. M.'. que o conduza ”Entre Colunas”, e se autorizado pelo V.'.M.'. o mesmo poderá falar sem ser interrompido, desde que haja decoro, por parte  do Ir.'.

Se, para estar "entre Colunas" é necessária a autorização do V.'. M.'., em contra partida, nenhum Ir.'. pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loj.'., sob pena de punição.

No entanto, as possibilidades do uso da Pal.'. Entre Colunas são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos OObr.'. do Quad.'., sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para os IIr.'. quanto para a Loj.'. Não há regulamentação; tal vez por isso, cada dia esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.

Atualmente um Ir.'. somente é solicitado a estar "Entre Colunas", em situação de humilhação e situações tanto quanto degradantes e constrangedoras.


Associou-se a idéia de responder "Entre Colunas" à idéia de punição, quando em realidade isso deveria ser diferente e muito melhor explorado, em benefício do Quad.'. de OObr.'. de todas as LLoj.'.

Estando "Entre Colunas", um Ir.'. pode acusar, defender a sua palavra ou a de outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.

A tradição maçônica é tão rigorosa no tange à liberdade de expressão, que quando um Ir.'. estiver em P.'. e a Ord.'. e "Entre Colunas", para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo V.'. M.'. ato este conferido ao mesmo.

Estando "Entre Colunas", o Ir.'. NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Ir.'. perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitudes.

Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem quer seja, aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita "Entre Colunas", nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.

Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas "Entre Colunas" injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Ir.'. sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.

Quando um Ir.'. está "Entre Colunas" e indaga os demais IIr.'. ou um determinado Ir.'., sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta e nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele ou aqueles que tenha(m) algo a responder.


Uma aplicação prática do "Entre Colunas" pode ser referentes a assuntos de fora do mundo maçônico. É lícito e muito útil pedir informações "Entre Colunas", sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Ir.'. ou Prof.'., desde que haja razões válidas para tal fim. Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração ás Leis Maçônicas.

O Ir.'. que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loj.'.

Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas Universais.

Suponhamos que um Ir.'. tenha algum negócio a realizar em outra cidade e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou firma. A ele é lícito indagar essas informações "Entre Colunas" e todos os demais IIr.'., se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem respostas ao solicitante.

Outro meio lícito e útil de se obter informações é através de uma prancha, endereçada a uma determinada Loj.'., para se lida "Entre Colunas".

Neste caso, a Loj.'. é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio sobre o assunto, cabendo a ela todos os direitos, obrigações e cabendo todos os direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.



III - CONCLUSÃO


Muitas são as acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de "Estar entre Colunas", porém, deve o Maçom sempre edificar suas CCol.'. IInt.'. embasado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de Bons Costumes.

Como dissemos no início, não há mais Regulamentação ou Leis Normativas para o uso do "Entre Colunas"; e, se não há normas que sejam encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente os princípios da condição de “Estar Entre Colunas”, é de que somente a verdade pode ser dita. Obedecidos estes princípios, tudo mais é decorrência.

Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que regem as CCol.'. da Maçonaria, pois "Estar entre Colunas", é estar entre IIr.'.

BIBLIOGRAFIA

ASLAN, Nicola - Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: “ A TROLHA.
CARVALHO, Assis -  Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.
" A TROLHA" - Londrina - PR - Símbolos Maçônicos e suas origens.
CASTELLANI, José - Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom.
EGITO, José Laércio do - In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
PUSCH, Jaime - A B C do Aprendiz.
Colaboração e Pesquisa: Weber Varrasquim “GLUSA”.

Julho de 2011
 


domingo, 14 de fevereiro de 2016

O céu de uma Loj.. Maçônica



Ir.'. Lucindo de Moraes Sarmento Júnior
A.'.R.'.L.'.S.'. "Ideal e Trabaho" nº 150
Or.'. de Praia Grande - SP
 
publicado na Revista "Verdade" nº 467 - ago/set 2008
GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo
 
 
Este interessante trabalho relaciona a representação do Plano do Teto de uma Loj.’. Maçônica, com cada uma das Luzes e Oficiais da mesma, o qual transcrevemos para conhecimento de todos os IIr.’.

 “Apenas duas coisas no Universo são infinitas: o próprio Universo e a ignorância dos homens” – Albert Einstein.

 “O Mestre Todo-Poderoso, ao exibir os princípios da ciência na estrutura do Universo, convidou o Homem ao estudo e à emulação. É como se Ele houvesse dito aos habitantes deste globo que chamamos de nosso: fiz o mundo para que nele o homem vivesse feliz, admirasse o firmamento estrelado e aprendesse a ciência dos astros. Ele agora pode prover o seu próprio conforto e aprender com minha munificência, a ser generoso com o próximo” - Thomas Payne.
 
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Devemos situar primeiramente a Estrutura Geométrica do Templo.

A figura abaixo, foi inserida no trabalho pela Redação, para melhor entendimento dos IIr.’., sendo que, as letras entre parênteses, são indicativos dos nomes das linhas.
 

Assim, a linha do Equador, representa o eixo da Loj.’. (a), dividindo-a em duas partes.

Temos ainda a linha do Trópico de Câncer (b), que atravessa todo o Templo, em linha reta e paralela ao eixo, que passa por cima da Col.’.B.’., e outra linha, a do Trópico de Capricórnio (c), da mesma forma reta e paralela ao eixo, que passa por cima da Col.’.J.’.

Temos também a linha do Meridiano da Loj.’. (d), que vai do Norte ao Sul, passando pelo centro do Oc.’. do T.’.

Temos ainda a linha do Eixo das CCol.’. (f), que vai do Norte ao Sul, passando por sobre as CCol.’. B.’. e J.’., paralela à linha do Meridiano da Loj.’.

E, finalmente a linha da Grade do Or.’. (e), que paralela à linha do Meridiano da Loj.’. passa por sobre a Grade do Or.’.

 
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A Astrologia era na Antiguidade, considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais. O termo Astrologia deriva das palavras gregas “áster”, que significa “astro” e “logos”, que significa “palavra, razão e cômputo”.

 Suas origens e desenvolvimento no passado distante não são conhecidos. Eles se confundem com as origens da civilização. Mas, seguramente, foram as necessidades de ordem prática, como a de marcar o tempo e reconhecer a ordem geral dos movimentos celestes para poder prevê-los, que fez com que em todos os povos da Antiguidade pudessem ser encontrados tais conhecimentos.

É preciso observar que todos os sistemas primitivos do Universo eram ao mesmo tempo astrológicos e astronômicos. A observação do céu tinha como objetivo a interpretação de tais fenômenos.

A Astrologia floresceu no Egito e na Mesopotâmia (situada entre os rios Tigre e Eufrates), onde habitavam os Sumérios, Acádios e Caldeus; e, é fato insofismável que para estes povos,  o Sol, a Lua e os Planetas eram Deuses que tinham influência sobre a vida na Terra.

As provas mais antigas da existência da Astrologia são os fragmentos do relicário de um templo egípcio de 4.000 a.C., descoberto pela expedição do arqueólogo francês Frank Goddio, em 1999 e as Tabuas de argila, descobertas no século IXX, em escavações nas cidades de Niníve e Nippur, as quais já mostravam uma Astrologia bastante desenvolvida.

O conhecimento dos movimentos do Sol e da Lua levou à confecção dos primeiros calendários, ao planejamento dos plantios e colheitas e à previsão do Tempo.

No Egito Faraônico, a crença era no destino inelutável.

Contava-se que ao lado de Maat e de Ísis havia as Hathor, sete sacerdotisas que, na presença de um deus escriba, anunciavam ao recém-nascido seu destino, mas esse anúncio só era feito para os privilegiados, reis ou sacerdotes.

O conhecimento astrológico era ensinado apenas nos Templos. Os sacerdotes especialistas, inicialmente encarregados de medir o tempo, tornavam-se depois astrólogos do Estado.

Entretanto, foi a escrita cuneiforme dos povos da Mesopotâmia e a conservação dos documentos mais diversos de fatos de todos os tipos, inclusive os que se relacionavam com o céu, que possibilitou a comprovação do desenvolvimento da extraordinária tradição de observação desses povos.

Registravam, mês a mês, ano a ano e século a século, tudo que observavam e sabiam. As fases da Lua e a evolução do Sol, através das Constelações, também identificaram o movimento dos cinco planetas visíveis a olho nú (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) através do Zodíaco e determinaram seus períodos de revolução com exatidão.

Na Babilônia, já aparecem os simbolismos utilizados pela Astrologia até hoje. O deus lunar Sin reinava sobre a vegetação, os meses, os anos. Os dias e o destino dos homens.

O deus solar Shamash era o Senhor da Vida e da Justiça; Ishtar, deusa do amor, correspondia a Vênus; Júpiter era o Criador Marduk, deus protetor da Babilônia. Seu filho e companheiro Nabu, foi identificado como Mercúrio, o que segura o estilete das tabuinhas do destino, o deus das ciências.

Marte era Nergal, deus dos infernos e das armas, arauto da infelicidade, com seu inquietante brilho vermelho. Saturno, cuja evolução lenta foi notada, era assimilado a um velho Sol fatigado, Ninib, o estável, astro da justiça e da ordem.

Elias Ashmole (23/05/1617 – 18/05/1692), foi um antiquário, político, oficial de armas, estudante de Astrologia e alquimista britânico. Ilustra o transcurso da visão mundial pré-científica no século XVII. Enquanto ele imergia em estudos alquímicos, mágicos e astrológicos, era consultado com perguntas astrológicas por Charles II  e sua Corte. Foi membro-fundador da Royal Society, um estabelecimento Superior, para promover o Ensino de Experimentos Físico-Matemáticos, além de um misto de homem renascentista e filósofo hermético.

Quando criou o Rito Escocês Antigo, colocou no céu da Loj.’. trinta e seis astros. Esses corpos celestes cuidadosamente escolhidos entre mais de cinco mil outros, obedecem à uma disposição geométrica exata e são os regentes dos cargos e graus dos IIr.’. em Loj.’. (vide figura abaixo).




 

Isso posto, no Diagrama Geométrico do Teto do T.’., temos:

O Sol

É a Luz Maior do céu e da Loj.’., representa o V.’.M.’., colocado no Or.’. e no eixo da Loj.’.
Para os gregos, representava o deus Hélios, que percorria o céu numa carruagem de fogo puxada por quatro cavalos (que simbolizavam as quatro estações do ano);

A Lua

Também chamada Selene representa o 1º Vig.’.
Era filha de Hyperion e de Teia e irmã de Hélios.
Mais tarde identificada como Ártemis pelos gregos e Diana pelos romanos, também percorria o céu numa carruagem, mas de prata.

Mercúrio

Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e comerciantes, identificado como o Hermes dos gregos, era filho de Maia e Zeus (Júpiter), de quem recebeu o encargo de ser mensageiro dos deuses.
Tinha um par de sapatos alados e um capacete também alado. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (caduceu), símbolo da Paz (harmonia de forças opostas).
É o menor e mais rápido dos planetas. É também o mais próximo do Sol e por isso representa o 1º Diác.’.

 Vênus

É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Para os gregos era Afrodite, deusa da Beleza e do Amor. Surge sempre próxima da Lua e é o astro regente do 2º Diac.’.
*Conhecida ainda hoje como “Estrela Matutina” ou “Stella Matutina”, a primeira a aparecer no céu.
Vênus era a “mensageira do dia”, anunciando a hora de começar o trabalho. Era conhecida também como “Estrela Vespertina” ou “Estrela Vésper”, que anunciava a hora do término dos trabalhos. (* texto inserido pela Redação).

Júpiter

Era Zeus para os gregos. O maior planeta do Sistema Solar, era o Deus Supremo do Universo, pai dos outros deuses e dos homens. Júpiter era o guardião do direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio.
Seu atributo é o raio, temido por todos os deuses e mortais. Júpiter é o astro regente do Past-Master e por isso fica no Or.’., à esquerda do Sol.

 Saturno

É o sexto planeta do Sistema Solar e o segundo em tamanho. Possui três anéis na altura do Equador e quinze satélites, dos quais, só nove eram conhecidos na época em que os Rituais foram escritos.
Saturno é Cronos para os gregos, senhor do Tempo e da Eternidade. Pai de Zeus e por ele destronado. Por isso, em Loj.’., Saturno é representado com seus três anéis e nove satélites, exatamente sobre o Centro Geométrico do retângulo do Oc.’.
Saturno rege a Cad.’. de União. Seus três anéis representam os AApr.’., CComp.’. e MM.’. Os nove satélites representam os nove cargos sefiróticos (V.’.M.’., Orad.’., Sec.’., Tes.’., Chanc.’., 1º Vig.’., 2º Vig.’., M.’.de CCer.’. e G.’. do T.’.).

Stella Pitagoris

A Estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o Altar do 2º Vig.’. Representa o iniciado que consegue integrar-se ao Universo.
O Homem-Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules. É o iluminado que transcende a condição humana. É o astro regente do 2º Vig.’.


Estrelas Reais

Arcturus

Estrela Alfa da Constelação de Boötis, que em grego quer dizer “guardião dos animais, zagal”. Por sua posição na Constelação da Ursa Maior, é conhecida como a “guardiã do Urso”.
Representa o cargo do Orad.’., o guardião do Or.’.
Sua posição no céu do T.’. é exatamente em cima da Grade do Or.’.

 Aldebaran

Estrela Alfa da Constelação de Touro, à qual pertencem as Plêiades e as Hyades. O nome Aldebaran significa em árabe, “o sequaz” ou “o adepto”, por causa de sua posição próxima às Plêiades e às Hyades. Na abóbada maçônica representa o cargo do Tes.’.

 Formalhaut

Estrela Alfa da Constelação de Piscis Austrinis, que em latim significa “Peixe do Sul”, e aqui uma correlação com a Col.’. Zodiacal de Peixes. Formalhaut é uma palavra árabe que significa “a boca do Peixe Azul”. Representa o cargo do Chanc.’.

 Regulus

Estrela Alfa da Constelação Leonis (de Leão) da qual é a estrela mais brilhante. Repousa quase exatamente sobre a Eclíptica e é assim representada em Loj.’. Na astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando.
Ela dirigia todos os trabalhos do Paraíso.
Foi Copérnico quem a batizou com o nome de Regulus, que significa “Regente” ou "Regulador". Representa o cargo de M.’. de CCer.’., o mordomo ou o regente dos trabalhos da Loj.’., cuja jóia é coincidentemente, uma régua.

 Antares

Estrela Alfa da Constelação do Escorpião.
Estrela vermelha super-gigante.
Durante séculos foi a maior estrela conhecida.
Às vezes, confundida com Marte.
Com efeito, Antares, em grego significa “o rival de Marte”.
Tanto Antares como Marte (Aries) são vermelhos e ocasionalmente aparecem próximos. Antares é o astro-regente do G.’. do T.’.

 Spica

Estrela Alfa da Constelação de Virgem, que em latim quer dizer “a Espiga”, é a estrela regente do cargo de Sec.’. Além de estar nitidamente associada à Col.’. da Beleza, feminina, a Spica guarda ainda  relação com a P.’. de P.’. dos CC.'.MM.'.
Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados por gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas com caules ocos de certos vegetais chamados “spiculas”.
Curiosamente, Spica não é considerada uma “estrela real”, isso porque o cargo de Sec.’. não é eletivo, mas um cargo de confiança do V.’.M.’.

As Constelações

Na abóbada da Loj.’. aparecem quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações:

Órion

Constelação equatorial, facilmente identificada por sua configuração geral de um retângulo formado por três estrelas brilhantes.
Com uma linha cruzando o centro das três estrelas, formam o chamado “Cinto de Órion”, sendo conhecidas popularmente por “Três Marias” ou “Três Reis Magos”.
Na Maçonaria, Órion pode ser associado ao avental com as três estrelas do cinto representando a abeta e as quatro externas representando o retângulo do avental.
No teto do T.’., só são representadas as três estrelas, pois lembram a idade do Apr.’. M.’., que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria.
A respeito da imagem do avental, mais uma coincidência, pois, na tradição árabe mais antiga, Órion era chamado de “a ovelha de cinto branco” e o avental do Apr.’.é feito de pele branca de carneiro com um cinto. Portanto, as três estrelas de Órion, são as regentes dos AApr.’. MM.’.
Híadas ou Hyades

É um grupo notável de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha, na Constelação de Touro. As Híades, são as estrelas regentes dos com.’. O próprio grupo de estrelas tem a forma da marcha de Comp.’. e talvez a tenha inspirado.

Plêiades

É outro grupo de estrelas da mesma Constelação de Touro. São também conhecidas como “as sete irmãs”. Elas regem os MM.’. MM.’., a Plêiade de homens justos.

Ursa Maior

“O Grande Urso” é considerado a Constelação mais antiga. No teto da Loj.’., são representadas suas sete estrelas mais importantes que formam a “charrua”.
A última estrela da cauda da Ursa Maior é Alkaid, também conhecida como Benetnasch.
Ambos os nomes fazem parte da frase árabe “Qaid al Banat ad Nash”, que significa “A chefe das filhas do ataúde maior”.
Esse nome provém da concepção árabe mais antiga que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras.
Essa interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a árabe, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Ísis) e filhos (filhos da viúva) em procissão fúnebre.
A Constelação da Ursa Maior é a regente dos Past-Masters, pois as quatro estrelas da cauda formam o chamado “arco real”, atributo dos Mestres Instalados.

Marte
Assim, contamos trinta e cinco astros existentes na abóbada maçônica. Falta um para completar os trinta e seis.
O último astro não está dentro do T.’.
É o planeta Marte, para os gregos Ares. Marte é o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia.
Por isso, Elias Ashmole desterrou para o Átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas, dando-lhe a incumbência de “cobrir o T.’.”, sendo então, o astro regente do Cob.’. Do lado de dentro da porta foi colocado Antares, o rival de Marte, para garantir a fronteira entre os mundos profano e o iniciático.
Cabe aqui destacar que este trabalho foi baseado no estudo elaborado pelo ilustre Ir.’. Carlos Alberto Inácio Alexandre, M.’.I.’. da Loj.’. MMDC nº 247, há mais de duas décadas.
Os rituais dos Graus Simbólicos apenas fazem algumas (poucas) citações a respeito do assunto, o que gera dúvidas e críticas, pois devemos saber de que tudo que há dentro de um T.’., tem uma razão de ser e um simbolismo próprio.Também existem outras interpretações, variando de Rito para Rito, além das opiniões dos IIr.’. que se dedicam ao estudo de nossa Sublime Ordem.
Por exemplo, em Maçonaria e Astrologia, o ilustre Ir.’. José Castelani, associa os cargos em Loj.’. aos sete planetas esotéricos: V.’.M.’. a Júpiter, Orad.’. ao Sol, 1º Vig.’. a Marte, 2º Vig.’. a Vênus, Sec.’. a Lua, Tes.’. a Saturno e M.’.de CCer.’. a Mercúrio. * O mesmo acontece com o autor Oswald Writ, descrito no livro “Simbólica Maçônica”, de Jules Bucher (pág. 122). (*Nota da Redação).

Referências Bibliográficas do trabalho

Rituais de Graus Simbólicos

Internet - várias consultas

Boletins do Ven.’. Colégio

Mago da Franco-Maçonaria -T.Churton – Madras

Maçonaria e Astrologia – José Castelani

História da Astrologia – Serge Hutin

Sociedades Secretas – A. Tenório de Albuquerque.

Revista “A Verdade” - Glesp - A Abóbada Celeste - nº 467