sábado, 2 de abril de 2016

A Corda de 81 nós



Eder Tadeu de Sousa - A.’.M.’.
A.’.R.’.L.’.S.’. “Fraternidade de Ribeirão Pires” nº 123
Or.’. de Ribeirão Pires - SP
Lido em reunião conjunta de 28/03/2016 da E.’.V.’. 

A Corda

A Corda simboliza ligação, vínculo, união, sobretudo quando possui um ou mais nós, significando uma ligação com as Forças Ocultas do Universo. Já quando é representada estendida, sem nós, a Corda simboliza Ascensão (o Ato de Subir, de Elevar-se).
As cordas têm um significado especial para a História da Humanidade, retrocedendo no tempo......

Na Grécia Antiga, as cordas eram utilizadas na defesa das cidades, eram confeccionadas com os cabelos longos das mulheres. Já os agrimensores egípcios, usava as cordas com nós, para declinarem os terrenos a serem edificados, sendo que os nós, demarcavam pontos específicos das construções, marcavam os pontos onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas e encaixes, representando, portanto, os pontos de sustentação.

Na Idade Média, a corda era aplicada como instrumento para medir e demonstrar dimensões e proporções da cúpula que se desejava construir. Sua origem mais remota parece estar com os antigos canteiros, trabalhadores em cantarias, ou seja, no esquadrejamento das pedras informes e medievais, que cercavam seu lugar de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local. Contudo, encontramos ainda, na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), considerado o embrião na Maçonaria como conhecemos hoje, a herança da “corda” sempre presente. Nos primeiros momentos ela era desenhada no chão com giz ou carvão, simbolizando a sacralidade daquele espaço, no momento da realização dos trabalhos.

Simbologias da corda

Símbolo muito antigo, com significados religiosos, místicos e até filosóficos, a corda pode aparecer na indumentária, amarrada na cintura, como um cinturão que ata as vestes, amarrada no pescoço, no ombro, na cabeça, nas mãos e em outras partes do corpo. De acordo com o modo como é representada, a corda pode ter diferentes significados, inclusive sociais, determinando por exemplo, que o indivíduo pertença a uma determinada casta, como acontece no hinduísmo.

Num sentido mais místico, a corda significa uma conexão entre a Consciência Humana e a Essência Espiritual, uma ligação sagrada entre a Matéria e o Espírito, indicando que toda ação está atada a uma reação e que cada pessoa está amarrada às suas Escolhas.

A Corda também significa o destino da vida, que tem como direção a Morte, sendo uma espécie de intermediária, entre dois pontos opostos. As Sociedades Místicas de modo geral, adotam elementos simbólicos para sua difusão e entendimento dos iniciados, sendo que aos leigos, não são dados a conhecer.

Na prática da caminhada maçônica, a regra do Simbolismo ocupa um lugar de destaque, senão vejamos, assim que adentramos ao Templo, nossos olhos são guiados espontaneamente a todos os símbolos presentes e dispostos de modo harmonioso, de modo que em um simples relance, conseguimos entender seus significados, desde que estejamos preparados para isso.

A Corda nos Rituais Mágicos

A corda está presente há milênio, em rituais de magia de diferentes culturas. A magia dos nós na corda pode unir ou desunir, proteger contra espíritos maléficos, ou controlar as forças da natureza. Na Cultura Nórdica, por exemplo, os nós nas cordas são usados de modo ritual, para controlar a força dos ventos.

Corda de 81 nós da Maçonaria

A Corda de 81 nós é um dos símbolos mais importantes da Ordem Maçônica. Durante a realização de alguns ritos, a corda é colocada no alto da parede ou teto, circundando as paredes do Templo, entre o início da abóboda celeste e as colunas zodiacais. A corda, preferencialmente, será de sisal, om 81 (oitenta e um) nós, dispostos da seguinte maneira: um nó central, que simboliza Deus, e é o número sagrado do indivisível. É a unidade e a essência do Universo, sendo colocado no centro do Oriente e sobre o Trono de Salomão (o assento do V.’.M.’.). A Corda conta ainda com 40 (quarenta) nós equidistantes, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental, de entrada, em duas borlas, elas estão ali permanentemente como símbolos de Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação), que devem nortear os iniciados no caminho da Perfeição.

A Corda de 81 nós, significa a União Fraternal de todos que fazem parte da Maçonaria, em todo o mundo, e a unidade de objetivos entre todos os maçons; representa, também, a comunhão de ideias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo maçom deve ter em sua mente, em toda circunstância de sua Vida.

Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural (de sisal), com os nós equidistantes, em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos Templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter oitenta e um nós, por três razões:

1.      Como já foi dito, o número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese 6-10), três eram os varões que apareceram para Abraão (Gênese 18-2), três foram os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther 4-6), três foram as negações de Pedro (Matheus 26-34), três são as virtudes teologais (I Corínthios 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Shiva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoísmo, além da tríade cristã.

2.      O número 40 (quarenta nós de cada lado, excluindo-se o nó central), é o número simbólico da penitência e da expectativa; quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese 7-4); quarenta foram os dias que passou Moisés no Monte Horeb, no Sinai (Êxodo 34-28); quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da Ressurreição (Atos dos Apóstolos1-3).

3.      O nó central representa o número Um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número Um, desta maneira, é considerado um Número Sagrado. Embora alguns estudiosos afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do Templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejam receber a Luz Maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem Maçônica e dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas ideias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da Humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as novas ideias.

A estrutura dos nós (melhor denominados “laços”), representados pelo símbolo do infinito, como símbolo da perpetuação da espécie humana, pela sua forma simboliza a penetração macho/fêmea, dando a entender que a obra da renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais tais laços são chamados “Laos de Amor”, por demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da Vida. A Corda de 81 laços, representa ainda a União dos Pensamentos e das Ações no aprimoramento do homem pelo homem, em benefício da Humanidade; a laçada, deve lembrar ao maçom, que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la transformando-a em nó apertado, o que significa a interrupção ou o estrangulamento da Fraternidade, que deve existir entre IIr.’.

Conclusão

E termos filosóficos, a Corda de 81 nós, significa a “Amarração” feita pelos IIr.’. e torno do Universo representado pela Humanidade. São os IIr.’. com as mãos dadas, formando o Quadrilátero Sagrado, onde a abertura aponta que qualquer pessoa de bons costumes (Virtude, Honra e Bondade), pode adentrar nesse quadrilátero para iniciar o desbastar da P.’.B.’., e assim, participar dessa união em prol da Evolução e da Felicidade da Raça Humana.

Fontes de Pesquisa
Ritual do A.’.M.’. - 9ª Edição
Blogs da Internet

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