sábado, 2 de abril de 2016

Livre e de Bons Costumes



Ir.'. Ricardo da Graça Milani Garcia - A.'.M.'.
A.’.R.’.L.’.S.’. “Chequer Nassif” nº 169
Or.’. de São Bernardo do Campo - SP
lido em reunião conjunta de 28/03/2016

Do ingresso à Maçonaria

Para ingressar na Ordem Maçônica, como principio, é necessário ser livre e de bons costumes, ou gozar da liberdade social por ter boa conduta e reputação, senhor de sua individualidade, e capaz de assumir compromissos, abdicando de suas paixões e preconceitos.

Neste contexto, fomos recepcionados como maçons, no nosso estado natural, sem vaidades, títulos ou honras do mundo profano, sem orgulho, porém na escuridão da ignorância, sem poder ver ou enxergar, pois estávamos vendados e cegos, e mais perceptivos e atuantes quanto aos nossos outros sentidos.

Uma sentença que coincidentemente, teve forte repercussão em nossas iniciações; foram os dizeres que frisavam que somos homens livres e de bons costumes.

Estas palavras imediatamente confortavam e tranquilizavam os nossos egos por termos as qualidades necessárias para ingressarmos na Ordem, e nos induziam a reflexão que os outros presentes ali no ritual também zelavam por valores comuns, e não devíamos nos preocupar com aquela provação.

Felizmente agora com a apresentação desse novo trabalho, teremos a oportunidade de ter uma melhor compreensão, do que de fato, se define um ser “livre e de bons” costumes na Maçonaria.

Do ser plenamente livre

Livre, palavra derivada do latim, que em sentido amplo significa tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.

A qualidade ou condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e, principalmente moral.

O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. O direito de ir e vir; para ser homem livre, não basta ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali.  

Goza de liberdade, o homem racional que não é escravo de suas paixões, aquele que não se deixa dominar por seus instintos animais, domina a fera humana, o seu lado irracional.

Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem esta escravizado aos vícios. Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.

Não é homem livre, quem se enchafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidades, anulando - as.



Maçom livre é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam. O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à luz, a prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.

Da Maç.'. e dos costumes de um maçom
A Mac.’., associação de homens escolhidos, que tem como base da sua doutrina, o G.’.A.’.D.’.U.’., que é Deus; como regra, a lei natural; na sua causa: a verdade, a liberdade e a lei moral; por princípio: a igualdade, a fraternidade e a caridade; em seus resultados: a virtude, a sociabilidade e o progresso, ou seja, a reunião de todos estes valores, objetivando a felicidade do individuo e paz entre os povos.

Em uma simples consulta ao site da Wikipedia, temos como definição do termo Costumes:
“... costumes são as regras sociais resultantes de uma prática reiterada de forma generalizada e prolongada, o que resulta numa certa convicção de obrigatoriedade, de acordo com cada sociedade e cultura específica.

Segundo Paulo Nader, “A lei é Direito que aspira a efetividade e o Costume a norma efetiva que aspira a validade”....”

Um homem de bons costumes eleva o pensamento a coisas positivas e construtivas, se alimenta de bons fluídos e irradia com maior intensidade para levar luz às trevas.

Podemos também associar os costumes aos deveres, e neste caso, focar alguns costumes na visão de TALLES DE CARVALHO CHAVES, bons costumes esperados de um Maçom, conforme segue:

1.    É subir a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso;

2.    É realizar o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez;

3.    É socorrer o Irmão nas dificuldades, chorar com ele as suas angústias e saber comemorar a seu lado as suas vitórias;

4.    É reconhecer nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;

5.    É ver na filha do Ir.’. a sua filha, e na esposa do Ir.’., uma Irmã, Mãe ou Filha;

6.    É combater o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;

7.    É ser modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum;

8.    É saber conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam;

9.    É ser capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento;

10.    É saber falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios sumptuosos e conservar-se o mesmo;

11.    É ser religioso e político respeitando o direito da religião do outro e da política oposta à sua;

12.    É permitir e facilitar o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades;

13.    É saber mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de auxílio mútuo;

14.    É ser bom, leal, generoso e feliz, amar a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa;

15.    É procurar amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.

DAS CONCLUSÕES, O SER LIVRE E DE BONS COSTUMES

Finalmente, o Maçom, deve ser um homem livre e de bons costumes, deve orar e vigiar, deve conter e sufocar suas paixões cultuando bons hábitos, deve amar ao próximo como a si mesmo, deve zelar pelos bons costumes que foi e é uma premissa obrigatória para a admissão na Ordem, e também uma condição necessária e expressa em nossa constituição maçônica.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos os nossos queridos IIr.’., pela paciência e pelos momentos de reflexão proporcionados por este trabalho sobre o ser LIVRE E DE BONS COSTUMES , e por ter a oportunidade de fazer parte desta GRANDE família maçônica.

Ao G.’.A.’.D.’.U.’., por nos conceder a saúde, sabedoria e segurança para  progredirmos em nosso caminho evolutivo, contribuindo na construção da estrada da perfeição moral,  que é onde encontraremos a felicidade.

Muito Obrigado!

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