segunda-feira, 24 de julho de 2017

Curso de Pós-graduação à distância em: MAÇONOLOGIA - HISTÓRIA E FILOSOFIA

 
 
 
  
                                    
 
 
 
 
 
 
 
* texto abaixo foi recebido no Whats App do Grupo da
Coligação Maçônica do ABCDMMR

Repassando:
Meus IIr∴!!!
Após contatos com a Universidade Uninter que está em parceria com a Uniacacia, venho reforçar  o convite para fazer a inscrição para a *pós graduação* Maçonologia  - História e Filosofia. 
Reconhecido pelo MEC e à distância. (O Ir∴ faz em casa e sem custo).
Precisamos indicar e efetivar o máximo de IIr∴ com interesse possível para que as turmas sejam logo formadas e iniciadas.
Vale ressaltar que o curso será gratuito para os maçons, exceção aos livros que eventualmente possam ser indicados pelos professores.
Um T∴F∴A∴  
Cláudio Luz Almeida 
Mais informações:
site  
www.uniacacia.org  e, caso surja alguma dúvida, o e-mail do setor responsável pode ajudar vcs (uniacacia@uninter.com). Dúvidas estamos a disposição.
Att,
Giovana Araújo
Gestão de Relacionamento | Diretoria de Negócios
0800 702 0500
Grupo UNINTER
Curitiba PR

terça-feira, 18 de julho de 2017

Os três pontinhos


Enviado pelo Ir.’. Walter Mendes

No grupo de Whats app “Só Irmãos 100”

Em 22/06/2017
 

Os três pontos (representados por .’.) em forma de triângulo equilátero, são utilizados na Maçonaria como abreviatura e como símbolo.  

Sua primeira utilização foi como um sistema de abreviaturas, não havendo consenso quanto a sua origem: 

(1)  Teriam sido utilizados pela primeira vez numa circular de 12/08/1774, onde o Grande Oriente de França informava a mudança de seu endereço;  

(2)  Teriam sido utilizados pela primeira vez dez anos antes, desde 03/09/1764, nas atas da Loja Sincerité;  

(3)  Teriam sido uma herança dos antigos Rosa-Cruzes, legada à Maçonaria Operativa cem anos antes, no século XVII, e 

(4)  Teriam se originado na escrita hieroglífica dos egípcios, que utilizavam os três pontos (...), como uma forma de plural, o que remeteria sua origem a uma época bem mais distante. 

O uso dos três pontos tornou-se então um sistema prático de abreviação de palavras e ainda uma forma de se ocultar os termos e afirmativas de ordem doutrinária, desvirtuando e ocultando da curiosidade dos não iniciados o significado do que é restrito aos Maçons. 

De sistema de abreviaturas, os três pontos foram elevados à categoria de símbolo, prestando-se a inúmeras interpretações.  

Neles se pode ver a figura do triângulo equilátero, que nos leva ao delta, figura tida como perfeita por ter seus ângulos e lados perfeitamente iguais.  

O delta é um dos mais importantes símbolos da Antiguidade, representando a trindade divina:

Pai, Filho, Espírito Santo (cristãos);

Ami, Nuah, Bel (caldeus);

Hes, Tharan, Belen (celtas e bretões);

Nara, Nari, Viraj (brâmanes);

Brahma, Vishnu, Shiva (hindus) e

Osíris, Ísis, Órus (egípcios). 

O delta pode também representar as três faces ou aspectos da divindade e de sua tripla força indivisível:

Onipotência-Onipresença-Onisciência;

Criador-Conservador-Destruidor;

Energia-Resistência-Movimento;

Energia-Matéria-Vida;

Começo-Meio-Fim;

Tese-Antítese-Síntese;

Vontade-Amor-Inteligência;

Vontade-Idéia-Ação. 

Para a Escola Mística, o delta representa as forças criadoras primordiais da filosofia hermética:

Enxofre-Sal-Mercúrio. 

Os três pontos podem significar ainda:

Salomão-Hiram de Tiro-Hiram Abif;

Sabedoria-Força-Beleza;

Liberdade-Igualdade-Fraternidade. 

Todavia, quando o Maçom utiliza os três pontos em sua assinatura, além de como tal se fazer reconhecer por seus Irmãos, o faz no sentido do sigilo, da discrição.  

Da mesma forma que os três pontos são utilizados como abreviatura que oculta termos de ordem doutrinária restrita, trata-se de uma indicação de que, ao assinar o seu nome, trouxe à  sua lembrança o juramento de guardar segredo sobre todos os assuntos que só dizem respeito aos Maçons.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

XXII Jornada Maçônica do Estado de São Paulo

 
C O N V I T E


Meus Caros Irmãos,


A ACAOL – Associação Cultural e Assistencial "Obreiros do Leste" e a Comissão Organizadora têm o imenso prazer de convidá-los para a XXII edição da Jornada Maçônica do Estado de São Paulo.
 

Vivenciamos desde a primeira Jornada dos mesmos, princípios e ideais pelos quais nos guiamos na busca do aprendizado e desenvolvimento do homem maçom através do ensino da história, ciências e artes.
Chegamos a XXII edição da Jornada Maçônica do Estado de São Paulo que será ainda mais especial.
Neste ano temos a comemoração dos 300 da fundação da Grande Loja da Inglaterra, 90 anos de fundação da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo.
Oportunidade que temos para discutir com ênfase no sistema de Grandes Lojas, debatendo a forma de ensino, os ritos, o executivo, o legislativo e o judiciário, a filosofia reinante, a doutrina, dentro do sistema Grandes Lojas que serão apresentadas aos participantes 4 Conferências e 20 Palestras, que proporcionarão aos Irmãos os mais relevantes e interessantes temas.
O valor das inscrições até 23 de setembro de 2017 serão: individual R$ 90,00, grupo à partir de 3 irmãos R$80,00 e para Loja com 10 ou mais irmãos R$ 75,00, valores por participante.
Esse investimento propiciará ao Irmão que comparecer, acesso às palestras e conferências, café da manhã, almoço, coquetel de encerramento e pasta do evento.

Portanto, você tem um encontro com a fraternidade Maçônica no dia 24 de Setembro de 2.017, à partir das 8:00 horas, recepção com café nas dependências da Uni Sant`Anna, local acessível por automóvel, metrô (estação Portuguesa-Tietê) ou ônibus, na Rua Voluntários da Pátria, 257 6º Andar Bloco I.
 

Para se inscrever entre no site www.jornadamaconica.com.br
 

OSWALDO NUNES CABRAL NETO                               WILLIAM ALMEIDA DE CARVALHO
       Coordenador Executivo                                                    Coordenador Geral
 
                                                  JOSÉ RENATO DOS SANTOS
                                                    Past Grão Mestre Adjunto
                                                       Presidente da ACAOL

  Av Cons. Carrão 3121 - sala 05 - Vila Carrão - São Paulo - SP / tel 55 11 2091-7987

domingo, 16 de julho de 2017

Os segredos da Maçonaria


Publicado em 16/01/2015

 


A maçonaria já foi acusada de tudo: fazer rituais sinistros, promover orgias, querer dominar o mundo… Até de estar por trás dos assassinatos de Jack, o Estripador. Muita gente acredita que a organização controla governos e que seus integrantes usam cargos públicos para se ajudar mutuamente. Os maçons, no entanto, garantem que quase tudo isso é besteira. Eles não passariam de um grupo filosófico, filantrópico e progressista. Reconhecem que ajudam uns aos outros, mas que o dever de auxiliar um irmão está sempre sujeito à obrigação maior de cumprir a lei.

Afinal, qual é a verdade sobre essa sociedade secreta?

Hoje a Maçonaria é uma sociedade discreta, na qual homens livres e de bons costumes, denominando-se mutuamente de irmãos, cultuam a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade entre os homens.
Seus princípios são a Tolerância, a Filantropia e a Justiça. Eles sempre foram secretos devido a perseguições, a intolerância e a falta de liberdade demonstrada pelos regimes reinantes da época. Hoje os Maçons preferem manter-se dentro de uma discreta situação, espalhando-se por todos os países do mundo.
Sendo uma Sociedade Iniciática, seus membros são aceitos por convite expresso e integrados à irmandade universal, por uma cerimônia denominada iniciação. Ou seja, você não pode simplesmente querer ingressar na sociedade maçônica, você precisa ser convidado.
Esta forma de ingresso repete-se, através dos séculos, inalterada e possui um belíssimo conteúdo, que obriga o iniciando a meditar profundamente sobre os princípios filosóficos que sempre inquietaram a humanidade.
O neófito ingressa na Ordem com o grau de Aprendiz. Ao receber instruções e ensinamentos, vai aprendendo mais e mais ao grau de Companheiro e após período de estudos chega ao grau máximo do Simbolismo, ou seja, o Grau de Mestre Maçom. 
Os Maçons reúnem-se em um local ao qual denominam de Loja, e dentro dela praticam seus rituais. Estes são dirigidos por um Mestre Maçom experimentado, conhecido por Venerável Mestre. Suas cerimônias são sempre realizadas em honra e homenagem a Deus, ao qual denominam de Grande Arquiteto Do Universo, (G.’. A.’. D.’. U.’.). Seus ensinamentos são transmitidos através de símbolos dando assim um conhecimento hermenêutico profundo e adequado ao nível intelectual de cada indivíduo.
Os símbolos são retirados das primeiras organizações Maçônicas, dos antigos mestres construtores de catedrais. “Maçom” em francês significa pedreiro. Devido a este fato encontramos réguas, compassos, esquadros, prumos, cinzéis e outros artefatos de uso da Arte Real, ou seja, instrumentos usados pelos mestres construtores de catedrais e castelos, que são utilizados para transmitir ensinamentos.
Por possuir um conhecimento eclético, a Maçonaria busca nas mais diversas vertentes suas verdades e experiências, dando um caráter universal a sua doutrina.
A Maçonaria não é uma religião, pois o objetivo fundamental de toda sociedade religiosa é o culto a divindade.
Cada Loja possui independência em relação as outras Lojas da jurisdição, mas estão ligadas a uma Grande Loja ou Grande Oriente, sendo estes soberanos. Cada Grande Loja ou Grande Oriente denomina-se de “potência”. Esta é uma divisão puramente administrativa, pois as regras, normas, e leis máximas, denominadas “Landmarks” são comuns a todos os Maçons. Um dos Landmark básicos da Ordem é que o homem para ser aceito deve acreditar em um princípio criador independente de sua religião.
Seus integrantes seguem as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros são cristãos, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo, poderá ser o Alcorão, o Torá, o livro de Maomé, os Vedas, etc, de acordo com a religião de seus membros. No preâmbulo da primeira Constituição editada pela Grande Loja ficam registrados de forma clara os princípios em que se baseia a Ordem:
·         A Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde sua origem, a existência de um Princípio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo;
·         A Maçonaria não impõe nenhum limite a livre investigação da Verdade e é para garantir a todos essa liberdade que ela de todos exige tolerância;
·         A Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as raças e de todas as crenças religiosas e políticas;
·         A Maçonaria proíbe em suas Oficinas toda discussão sobre matéria partidária, política ou religiosa, recebe os homens qualquer que sejam as suas opiniões políticas ou religiosas, humildes, embora, mas livres e de bons costumes;
·         A Maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações;
 
A Maçonaria na História
Assim como muitos europeus, foi emigrando para a América que a maçonaria atingiu o seu potencial. Na verdade é consenso entre historiadores: em nenhum país a maçonaria foi tão importante quanto nos EUA.
Para começo de conversa, os maiores acontecimentos que marcaram a independência do país foram decididos em lojas maçônicas. Em 1773, não foi de improviso que comerciantes jogaram caixas e caixas de chá no mar, em protesto contra impostos extorsivos dos ingleses. A “festa do chá” de Boston foi um evento organizado por maçons.
Nove dos 55 homens que assinaram a Declaração de Independência vinham da maçonaria, assim como um terço dos 39 que aprovaram a Constituição. Benjamin Franklin era maçom convicto, e George Washington, grão-mestre da Loja Alexandria, teria aparecido de avental cerimonial no lançamento da pedra fundamental da nova cidade.

Por falar em capital, a cidade de Washington é cheia de referências à maçonaria. Algumas são subjetivas como compassos e estrelas no traçado das ruas – o que podemos encontrar em qualquer cidade. Outras são explícitas: o tema “George Washington foi maçom” inspirou pinturas e esculturas, marcando presença nas portas do Senado e no teto do Capitólio. A cidade tem pelo menos 17 edifícios com arquitetura típica da ordem – uma mistura de estilo grego e romano, sempre acompanhada de esquadros, compassos e letras G (de God, “Deus” em inglês). Entre eles, a agora célebre Casa do Templo (no original, House of the Temple), sede americana do Rito Escocês Maçônico.


Após o sucesso da independência americana, em 1776, a maçonaria passou a ditar o passo das mudanças do planeta. Ser maçom no final do século 18 e no começo do 19 era muito cool: um clube que reunia as mentes mais inquietas e influentes.

Trazendo liberdade, igualdade e fraternidade no DNA, claro que a maçonaria estava na Revolução Francesa, em 1789. Os principais líderes, Danton e Robespierre, não eram da ordem, mas a Marselhesa foi composta na loja de Marselha. Em 1810, a maçonaria inspirou a criação da Carbonária, sociedade secreta que buscaria a independência da Itália. Três futuros libertadores da América, o chileno Bernardo O’Higgins, o venezuelano Simón Bolívar e o argentino José de San Martín, frequentavam a mesma loja em Londres, uma convivência que mudou um continente. É possível dizer que a maçonaria participou da independência de todos os países da América do Sul.


O que inclui o Império Brasileiro, do início ao fim. Em 1822, nossa independência de Portugal foi proclamada por um grão-mestre, dom Pedro 1º. E a Proclamação da República, em 1899, foi feita por outro, o marechal Deodoro da Fonseca. E os maçons continuaram atuantes durante a nossa República Velha, chegando inclusive à Presidência, com Nilo Peçanha e, na sequência, Hermes da Fonseca.
Mundialmente, a ordem viveu uma crise a partir da década de 1930, quando seus membros mais à direita (fascistas) e à esquerda (comunistas) não vestiam mais o mesmo avental. Aliás, os maçons também estão entre as vítimas do Holocausto – entre 80 mil e 200 mil irmãos morreram em campos nazistas.
Nos anos 50, a ordem chegou a ter uma filiação recorde nos EUA. Mas, a geração seguinte, dos babyboomers, não se interessou – as revoluções passaram longe das Lojas.
Prática da conspiração
A lista de maçons poderosos ainda é grande. Entre os 6 milhões de membros no mundo estão o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o príncipe Philip, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, e até Al Gore, vice-presidente de Bill Clinton. O fato de haver nos EUA muitos políticos e juízes membros da maçonaria incita ainda mais o mistério por trás das práticas dessa sociedade iniciática.
É inegável que a maçonaria ainda possui membros influentes – o que não significa que ela ainda exerça influência. Um exemplo prático vem do Reino Unido, onde, a partir de 1997 todos os maçons trabalhando no sistema judiciário foram obrigados a declarar que eram membros da ordem. O argumento era de que a lealdade dos irmãos à irmandade poderia distorcer seu trabalho, e o público tinha direito de saber quem era maçom, para poder acompanhar sua conduta a partir desse fato. Em 12 anos, “nenhuma impropriedade ou má prática foi verificada por parte dos juízes pelo fato de eles serem maçons”, declarou o secretário de Justiça inglês, Jack Straw, ele mesmo um apoiador da lei, que derrubou em 5 de novembro de 2009.


E quanto à Nova Ordem Mundial?
Para quem não está por dentro dessa teoria da conspiração, seria um governo único, que comandaria todo planeta e que estaria sendo planejado por maçons – ou pelos Illuminati, ou pelos cavaleiros templários, pelo 4º Reich, enfim. Não há informações sobre os últimos 3 grupos, até porque não consta que eles existam. Isso é impedido pela própria forma como a maçonaria é organizada: as lojas maçônicas são independentes, abrigam irmãos com pontos de vista muito diferentes e não têm de onde tirar uma ação global coordenada. Ainda mais secreta.Na verdade, a grande mudança que espera quem entra na maçonaria não é no mundo, mas na própria vida.
Secretos não, DISCRETOS
“Os maçons já foram secretos. Ao longo do século 20, passaram a se definir como discretos. Hoje, caminham para se tornar uma sociedade civil aberta”, diz o ex-maçom britânico Martin Short, autor de Inside the Brotherhood, que critica a ordem.
No entanto, a abertura da sociedade secreta mais conhecida do mundo incomoda alguns irmãos, que vêem a proliferação de sites, jornais e revistas como um afastamento das origens. De fato, hoje já é possível se candidatar a maçom por e-mail (apesar de que um convite pessoal é, de longe, a forma mais garantida de entrar). Em seu site, a Grande Loja Maçônica do Espírito Santo mantém uma Rádio Cultura Maçônica. E a página do Grande Oriente do Brasil, seção Rio de Janeiro, oferece um tour virtual pelo Palácio Maçônico do Lavradio.
“Não existem mais segredos na maçonaria. Eles vêm sendo revelados lentamente”, diz o historiador britânico W. Kirk MacNulty, maçom há 4 décadas. “Se existe algum segredo, ele é individual, intransferível – é a experiência dos rituais maçônicos. Como explicar o gosto de uma laranja para quem nunca a comeu?”, diz o pesquisador alemão Snoek. Por outro lado, se faltam mistérios, sobram boatos.


Que tal uma bancada maçônica? Um grão-mestre garante que, nas últimas eleições para prefeitos e vereadores, a maçonaria no estado de São Paulo fez campanha interna para que maçons votassem e apoiassem candidatos maçons. Segundo ele, deu certo: a maçonaria teria emplacado 13 prefeitos e 54 vereadores – ele só não diz quem e onde. Pretendem fazer o mesmo com deputados em 2010.


E esta é internacional: em Israel, a Grande Loja de Tel-Aviv é um espaço de encontro de cristãos, judeus e muçulmanos. Apesar de a maçonaria ser contra discussões políticas nos templos, todos ali estão dispostos a encontrar soluções para os problemas milenares da região. “Só em um local fechado e completamente sigiloso esse tipo de reunião improvável pode acontecer regularmente”, afirma o historiador alemão Jan Snoek, que pesquisa o tema na Universidade de Heidelberg. Ou seja: se qualquer plano de paz surgir daqui para a frente para resolver a questão entre israelenses e palestinos, é possível que haja o dedo da maçonaria.
E o que os maçons acham de toda a curiosidade em torno da ordem? Em conversas privadas, reclamam muito dos livros, filmes e sites que prometem revelar seus segredos. Argumentam que o tratamento é injusto e exagera aspectos menos importantes. Nesse caso, a postura oficial é não se manifestar publicamente.
Mas será mesmo que a Ordem não está apenas se adaptando aos tempos modernos. Com o advento da internet, a velocidade na comunicação no globo é extraodinária e tudo está exposto, nada mais é encoberto. Seria uma tática para desviar a atenção, desmistificando rasamente suas práticas, inclusive sendo exploradas mais por livros e canais de tv, com teor mais sensacional, extrapolando a realidade, justamente para cair no senso comum de que "A Ordem não é para ser levada a sério, enquanto, nos mais altos níveis da sociedade ainda são guardados os segredos e poderes, porém, fora da curiosidade popular".

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A Constituição de Anderson


 

Enviado pelo Ir.’. José Carlos Vicenzo
A.'.R.'.l.'.S.'. "Luz e Glória" nº 848
em 10/07/2017 por email

 A Constituição de Anderson


      I - Respeitando a Deus e à Religião  

Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E, se compreende corretamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.  
 

     II - Do Magistrado Civil supremo e subordinado

Um Pedreiro é um súbdito tranquilo do poder civil, onde quer que resida ou trabalhe e nunca deve imiscuir-se em planos e conspirações contra a paz e o bem-estar da nação, nem se comportar indevidamente para com os magistrados inferiores. Porque, como a Maçonaria tem sido sempre prejudicada pela guerra, a efusão de sangue e a desordem, assim os antigos reis e príncipes dispuseram-se a encorajar os artífices por causa da sua tranquilidade e lealdade, por meio das quais respondiam, na prática, às cavilações dos adversários e concorriam para a honra da Fraternidade, sempre florescente em tempo de paz. Eis porque, se um irmão for rebelde para com o Estado, não deve ser apoiado na sua rebelião conquanto possa ser lamentado como um infeliz; e, se não for culpado de nenhum outro crime, embora a Fraternidade leal deva e tenha de rejeitar a sua rebelião e não dar sombra ou base de desconfiança política ao governo existente, não pode expulsá-lo da loja e a sua relação para com ela permanece indefectível. 
 

     III - Das Lojas

Uma Loja é o local onde se reúnem e trabalham pedreiros. Portanto, toda a assembleia ou sociedade de pedreiros, devidamente organizada, é chamada loja, devendo todo o irmão pertencer a uma e estar sujeito ao seu regulamento e aos regulamentos gerais. Uma loja é particular ou geral e será melhor entendida pela sua frequência e pelos regulamentos da loja geral ou Grande Loja, adiante apensos. Nos tempos antigos, nenhum mestre nem companheiro se podia ausentar dela, especialmente quando avisado para comparecer, sem incorrer em severa censura, a menos que parecesse ao mestre e aos vigilantes que a pura necessidade o impedira. As pessoas admitidas como membros de uma loja devem ser homens bons e leais, nascidos livres e de idade madura e discreta, nem escravos, nem mulheres, nem homens imorais ou escandalosos, mas de boa reputação.
 

     IV - Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes

 Toda a promoção entre pedreiros é baseada apenas no valor real e no mérito pessoal, a fim de que os senhores possam ser bem servidos, os irmãos não expostos à vergonha e a arte real não seja desprezada. Portanto, nenhum mestre nem vigilante é escolhido por antiguidade, mas pelo seu mérito. Torna-se impossível descrever estas coisas por escrito, e cada irmão deve ocupar o seu lugar e aprendê-las na maneira própria desta Fraternidade. Fiquem apenas sabendo os candidatos que nenhum mestre deve tomar aprendiz a menos que tenha ocupação bastante para ele e a menos que se trate de um jovem perfeito, sem mutilação nem defeito no corpo que o torne incapaz de aprender a arte, de servir o senhor do seu mestre, e de ser feito irmão e depois companheiro em tempo devido, mesmo após ter servido o número de anos consoante requeira o costume do país; e que ele provenha de pais honestos; de maneira que, quando qualificado para tal, possa ter a honra de ser vigilante, depois mestre da loja, grande vigilante e, por fim, grão-mestre de todas as lojas, conforme ao seu mérito.
Nenhum irmão pode ser vigilante sem ter passado pelo grau de companheiro; nem mestre sem ter atuado como vigilante; nem grande-vigilante sem ter sido mestre de loja; nem grão-mestre a menos que tenha sido companheiro antes da eleição, e que seja de nascimento nobre ou gentleman da melhor classe ou intelectual eminente ou arquiteto competente ou outro artista saído de pais honestos e de grande mérito singular na opinião das lojas. E para melhor, mais fácil e mais honroso desempenho do cargo, o grão-mestre tem o poder de escolher o seu próprio grão-mestre substituto, que deve ser ou deve ter sido mestre de uma loja particular e que tem o privilégio de fazer tudo aquilo que o grão-mestre, seu principal, pode fazer, a menos que o dito principal esteja presente ou interponha a sua autoridade por carta.
Estes dirigentes e governadores, supremos e subordinados, da antiga loja, devem ser obedecidos nos seus postos respectivos por todos os irmãos, de acordo com os velhos preceitos e regulamentos, com toda a humildade, reverência, amor e diligência.
 

     V - Da Gestão do Ofício no Trabalho

Todos os pedreiros trabalharão honestamente nos dias úteis para que possam viver honradamente nos dias santos; e observar-se-á o tempo prescrito pela lei da terra ou confirmado pelo costume.
O mais apto dos companheiros será escolhido ou nomeado mestre ou inspetor do trabalho do Senhor; e será chamado mestre por aqueles que trabalham sob ele. Os obreiros devem evitar toda a linguagem grosseira e não se tratar por nomes descorteses, mas sim por irmão ou companheiro; e devem comportar-se com urbanidade dentro e fora da loja.
O mestre, conhecendo-se a si mesmo capaz de destreza, empreenderá o trabalho do Senhor tão razoavelmente quanto possível e utilizará fielmente os materiais como se seus fossem; não dará a irmão ou aprendiz maiores salários dos que ele, realmente, possa merecer.      Tanto o mestre como os pedreiros, recebendo os seus salários com exatidão, serão fiéis ao Senhor e terminarão o trabalho honestamente, quer ele seja à tarefa quer ao dia; não converterão em tarefa o trabalho que costume ser ao dia.
Ninguém terá inveja da prosperidade de um irmão, nem o suplantará, nem o porá fora do trabalho se ele for capaz de o terminar; porque nenhum homem pode terminar o trabalho de um outro com o mesmo proveito para o Senhor a menos que esteja completamente familiarizado com os desenhos e planos daquele que o começou.      Quando um companheiro for escolhido como vigilante do trabalho sob o mestre, será leal tanto para com o mestre como para com os companheiros, vigiando zelosamente o trabalho na ausência do mestre, para proveito do Senhor; e os seus irmãos obedecer-lhe-ão. Todos os pedreiros empregados receberão o salário em sossego, sem murmurar nem se amotinar, e não abandonarão o mestre até o trabalho estar concluído.
Cada irmão mais jovem será instruído no trabalho, para se evitar que estrague os materiais por falta de conhecimento e para aumentar e continuar o amor fraternal.      Todas as ferramentas usadas no trabalho serão aprovadas pela Grande Loja. Nenhum outro trabalhador será empregado no trabalho próprio da Maçonaria; nem os pedreiros-livres trabalharão com aqueles que não forem livres, salvo necessidade urgente; nem ensinarão trabalhadores e pedreiros não aceites como ensinariam um irmão ou um companheiro.  
 

     VI - Da Conduta

1. Na Loja enquanto constituída: Não organizareis comissões privadas nem conversações separadas sem permissão do mestre, nem falareis de coisas impertinentes nem indecorosas, nem interrompereis o mestre nem os vigilantes nem qualquer irmão que fale com o mestre; nem vos comportarei jocosamente nem apalhaçadamente enquanto a loja estiver ocupada com assuntos sérios e solenes; nem usareis de linguagem indecente sob qualquer pretexto que seja; mas antes manifestareis o respeito devido aos vossos mestre, vigilantes e companheiros e venerá-los-eis. Se surgir alguma queixa, o irmão reconhecido culpado ficará sujeito ao juízo e à decisão da loja, a qual constitui o juiz próprio e competente para todas as controvérsias desse tipo (salvo se seguir apelo para a Grande Loja) e à qual elas devem ser referidas, a menos que o trabalho do Senhor seja no entretanto prejudicado, motivo pelo qual poderá usar-se de processo particular; mas nunca deveis recorrer à lei naquilo que respeite à Maçonaria sem absoluta necessidade, reconhecida pela Loja. 

 2. Conduta depois de a Loja ter encerrado e antes dos irmãos terem partido: Podeis divertir-vos com alegria inocente, convivendo uns com os outros segundo as vossas possibilidades. Evita porém, todos os excessos, sem forçar um irmão a comer ou a beber para além dos seus desejos, sem o impedir de partir quando o chamarem os seus assuntos e sem dizer ou fazer qualquer coisa ofensiva ou que possa tolher uma conversação afável e livre. Porque isso destruiria a nossa harmonia e anularia os nossos louváveis propósitos. Portanto, não se tragam para dentro da porta da loja rancores nem questões e, menos ainda, disputas sobre religião, nações ou política do Estado. Somos apenas pedreiros, da religião universal atrás mencionada. Somos também de todas as nações, línguas, raças e estilos e somos resolutamente contra toda a política, como algo que até hoje e de hoje em diante jamais conduziu ao bem-estar da loja. Esta obrigação sempre tem sido prescrita e observada e, mais especialmente, desde a Reforma na Grã-Bretanha, ou a dissenção e secessão destas nações da comunhão de Roma.

3. Conduta quando irmãos se encontram longe de estranhos, mas não em loja formada: Deverão cumprimentar-vos uns aos outros de maneira cortês, como vos ensinarão, chamando-vos uns aos outros irmãos, dando-vos livremente instrução mútua quando tal parecer conveniente, sem serdes vistos nem ouvidos e sem vos ofenderdes uns aos outros nem vos afastardes do respeito que é devido a qualquer irmão, mesmo que não fosse pedreiro. Porque embora todos os pedreiros sejam como irmãos, ao mesmo nível, a Maçonaria não retira ao homem a honra que ele antes tinha; pelo contrário, acrescenta-lhe honra, principalmente se ele bem mereceu da Fraternidade, a qual deve conceder honra a quem for devida e evitar as más maneiras.   

4. Conduta na presença de estranhos não pedreiros: Deveis ser prudentes nas vossas palavras e atitudes, a fim de que o mais penetrante dos estranhos não seja capaz de descobrir ou achar o que não convém sugerir; por vezes desviareis a conversa e conduzi-la-eis com prudência, para honra da augusta Fraternidade.

 5. Conduta em casa e para com os vizinhos:  Deves proceder como convém a um homem moral e avisado; em especial, não deixeis família, amigos e vizinhos conhecer o que respeita à loja, etc. mas consultai prudentemente a vossa própria honra e a da antiga Fraternidade por razões que não têm aqui de ser mencionadas. Deveis também ter em conta a vossa saúde, não vos conservando fora de casa, depois de terem passado as horas de loja; evitai os excessos de comida e de bebida, para que as vossas famílias não sejam negligenciadas nem prejudicadas e vós próprios incapazes de trabalhar.

6. conduta para com um irmão estranho: Deveis examiná-lo com cuidado, da maneira que a prudência vos dirigir de forma que não vos deixeis enganar por um ignorante e falso pretendente, a quem rejeitarei com desprezo e escárnio, evitando dar-lhe quaisquer sinais de reconhecimento.      Contudo, se descobrirdes nele um irmão verdadeiro e genuíno, então deveis respeitá-lo; e, se ele tiver qualquer necessidade, deveis ajudá-lo se puderdes ou então dirigi-lo para quem o possa ajudar. Deveis empregá-lo durante alguns dias, ou recomendá-lo para que seja empregado. Mas não sois obrigado a ir além das vossas possibilidades, somente a preferir um irmão pobre, que seja homem bom e sincero, a quaisquer outros pobres em idênticas circunstâncias.
Finalmente, todas estas obrigações são para observardes, e assim também as que vos serão comunicadas por outra via; cultivando o amor fraternal, fundamento e remate, cimento e glória desta antiga Fraternidade, evitando toda a disputa e querela, toda a calúnia e maledicência, não permitindo a outros caluniar um irmão honesto, mas defendendo o seu carácter e prestando-lhe todos os bons ofícios compatíveis com a vossa honra e segurança e não mais. E se algum deles vos fizer mal, dirigi-vos à vossa própria loja ou à dele; e daí, podeis apelar para a Grande Loja, aquando da Comunicação Trimestral, e daí para a Grande Loja anual, como tem sido a antiga e louvável conduta dos nossos antepassados em todas as nações; nunca recorrendo à justiça a não ser quando o caso não se possa decidir de outra maneira, e escutando pacientemente o conselho honesto e amigo de mestre e companheiros quando vos queiram impedir de recorrerdes à justiça com estranhos ou vos incitar a pordes rapidamente termo a todo o processo, a fim de que vos possais ocupar dos assuntos da Maçonaria com mais alacridade e sucesso; mas com respeito aos irmãos ou companheiros em juízo, o mestre e os irmãos devem com caridade oferecer a sua mediação, a qual deve ser aceite com agradecimento pelos irmãos contendores; e se essa submissão for impraticável, devem então continuar o seu processo ou pleito sem ira nem rancor (não na maneira usual), nada dizendo ou fazendo que possa prejudicar o amor fraternal, e renovando e continuando os bons ofícios; para que todos possam ver a influência benigna da Maçonaria e como todos os verdadeiros pedreiros têm feito desde os começos do mundo e assim farão até ao final dos tempos.

Amém, assim seja.

Fonte: Anderson's Constitutions, Constitutions d'Anderson 1723, texte anglais de l'édition de 1723, introduction, traduction et notes par Daniel Ligou, Paris, Lauzeray International, 1978, tradução directa do inglês para português, in A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo - 2ª Edição, de A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1983 (pp. 76-82).