Ir.’. Marcelo Tognolli - C.’.M.’.
Obr.’. da
A.’.R.’.L.’.S.’."Stella Matutina nº 658
Or.’. São Bernardo do Campo/SP
24 de Novembro
de 2014 da E.’.V.’.
Fonte – Sublime União WEBsite Sobmalhete
Trabalho repassado pelo
Ir.: Baltasar Madrid
A.'.R.'.L.'.S.'. "Equidade" nº 185.
Carlo
Collodi escreveu em 1882: “As Aventuras de Pinóquio”, que conta a história de
um velho mestre artesão que construiu um boneco de madeira.
Essa
história simples tem considerações de ordem moral e da evolução da pessoa, que
faz da história um relato iniciático, no qual Pinóquio se vai desprendendo de
seus muitos defeitos até se tornar um verdadeiro ser humano, uma criança nesse
caso.
Poucas
pessoas sabem que o Pinóquio saiu da mente e da criatividade desse escritor
italiano e não é um conto de fadas. Na verdade, é um romance, mas sua trama
infantil suspeita é nada mais do que o veículo por meio do qual destina-se a
entregar uma mensagem profundamente espiritual, iniciática, de desenvolvimento
pessoal.
Na
verdade, Collodi, foi um membro da Ordem Maçônica e Walt Disney, que essa
história imortaliza no filme de animação e cujos desenhos representam mais do
que qualquer outro o boneco e os outros personagens, também foi um Ir.’. maçom.
No
contexto conturbado da reunificação italiana, liderada por outro Ir.’., José
Garibaldi, Collodi escreveu: “As Aventuras de Pinóquio”, cuja análise
superficial do trabalho revela uma apologia para a educação e uma denúncia do
vício e da ociosidade. Ideais próprios da cultura ocidental, mas são
inevitáveis mandatos para encomendas para as ordens esotéricas.
Vamos
rever a história e algumas palavras que são muito esclarecedoras do ponto de
vista maçônico: Gepetto, um velho mestre que usa o avental, sempre sonhou em
ter uma criança, de modo que, ao ver brilhar no céu a Estrela Azul
fervorosamente pediu que seu desejo fosse concedido (isso é entrar em contato
com um maior nível de consciência).
Naquela
noite, enquanto Geppeto dormia, apareceu a Fada Azul e deu vida ao boneco e o
advertiu a se comportar bem para se tornar um menino de verdade (o
compreendemos a partir da idéia de ser um homem de verdade, outra idéia
inspiradora das Escolas de Iniciáticas).
Para
aconselhamento sobre seu comportamento chamou o Grilo Falante como sua
consciência (o trabalho consciente de desenvolvimento pessoal é também um ideal
hermético). Não nos esqueçamos de que Pinóquio foi trabalhado à mão pelo
carpinteiro que o elaborou a partir de um pedaço de madeira, criando mesmo um
boneco muito bom, graças ao seu esforço (na Maçonaria se trabalha para dar
forma a uma pedra).
Os
fios que movem o destino dos bonecos são semelhantes aos fios do destino que
movem as pessoas quando desenvolvemos a consciência. Assim, então, Pinóquio com
falta de consciência e surdo aos ensinamentos do Grilo Falante (outro Mestre)
provou ser amoral e estúpido.
Poderia
dizer que Pinóquio estava vivo, mas ainda não tinha livre arbítrio, estava
dormindo, não usava a sua consciência, desconhecia a Senda da virtude e da
libertação, foi uma espécie de “morto vivo”.
O
esoterismo ensina que, infelizmente, a maioria dos seres humanos são como
Pinóquio, eles seguem o caminho mais fácil e não sabem que existe algo melhor,
algo que nos conecta com níveis mais elevados de consciência.
Sabemos
que: “A verdade é que existem apenas dois tipos de homens em todo o mundo: os
poucos que já perceberam o esquema divino poderoso, e as imensas massas que
ainda não o conhece. Os últimos vivem para eles mesmos, e estão muito escravizados
por suas paixões; os primeiros vivem para Deus e para a evolução, que é a Sua
vontade, e independe se são chamados Budistas ou hindus, muçulmanos ou
cristãos, ou pensadores judeus”.
Pinóquio
é o escravo de seus “eus”, esse é um ego hipertrofiado produto de distintos
vícios que foram acumulados. Suas mentiras fazem crescer o nariz e as orelhas
de burro depois. Essa é uma alegoria física de todos os agregados psíquicos que
o acompanham.
Uma
ou outra vez, Pinóquio, pela Lei de Causa e Efeito, sofre as consequências de
suas más ações, que o conduzem a pagar com o sofrimento do “karma” que ele gerou.
Quando a vida de Pinóquio não poderia ser mais insuportável, é engolido por uma
baleia.
Esse
episódio, que evoca claramente a história bíblica de Jonas, que vem a ser no Simbolismo
Maçônico da Câmara de Reflexões, representada pela descida ao centro da terra.
Vivido
até peloo próprio Jesus, conforme Mateus 12:40: “Pois assim como Jonas esteve
no ventre do grande peixe por três dias e três noites, assim estará o Filho do
Homem no seio da terra três dias e três noites”.
O
Filho do Homem, também, como o Pinóquio, foi o filho de um mestre carpinteiro.
Como
acontece com qualquer tradição esotérica válida é a morte mística; à luz de uma
vela, Pinóquio medita sobre o seu destino e decide mudar, deixando para trás
seu passado de inconsciência. Finalmente o boneco é expelido pela baleia para o
mar, onde a água atua como um purificador, limpando-o interna e externamente.
Diz-se
que quando alguém está imerso em uma corrente de água, renasce para uma nova
vida. Essa prática é comum em muitas tradições religiosas e do batismo cristão.
Maçônicamente
tem a ver com a lenda do primeiro grau e o Mar de Bronze.
Pinóquio,
no entanto, não sobrevive à fúria do oceano e, finalmente, se afoga. Essa morte
do boneco equivale à morte mística do profano ao ser iniciado.
Nas
palavras do Evangelho cf João 3:3-10:“Em verdade, em verdade vos digo que se
alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (…) quem não nascer da
água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”.
Ao
retornar à vida, Pinóquio vai para um estado mais elevado, que vai adquirir uma
humanidade plena.
Finalizando:
Vale a pena ver “Pinóquio” e descobrir o profundo conteúdo simbólico e
iniciático desse trabalho. Especialmente para aqueles que pertencem a
instituições filosófica, como a Ordem Maçônica.
Mas
para o resto dos mortais, enquadrada nos limites morais, a aventura de Pinóquio
também tem muito a dizer, sobretudo porque o boneco se parece muito como nós
somos. Podemos dizer o quanto a história corresponde à evolução dos seres
humanos para alcançar a plena realização da “humanidade”, como seres humanos
completos e particularmente com a nossa própria evolução como maçons.
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