Autor desconhecido
As parábolas sempre ilustram com
muita força e até com certa dramaticidade os ensinamentos morais. A
freqüência dos IIr.’. aos trabalhos é um dos itens constantes de todas as
pautas das reuniões.
Há os que não vão aos
trabalhos da oficina, porque acham que a mesma nada mais tem a lhes ensinar.
São presunçosos. Se forem trolhados, não sabem fazer o S.’.de Aprendiz. Há os
que não vão à Of.’. porque acham que as reuniões se tornaram desinteressantes e
monótonas. Estes fazem parte daquele grande grupo que entraram para a
Maçonaria, mas a Maçonaria não entrou neles. Acham as reuniões desinteressantes
mais nada fazem para torná-las melhores. São os reformistas e críticos de
palavras, nada fazem porque lhes faltam luzes para fazer, ou porque são
egoístas, não querem dividir os seus conhecimentos, quando raramente possuem
algum. São os verdadeiros inoperantes da Ord.’.
Os argumentos, de todos os
grupos de faltosos, são extremamente frágeis e na realidade se baseiam, também
com a Maçonaria em três colunas, ou melhor, três ante-colunas: a ignorância, o
desinteresse e o perjúrio. Ser perjúrio não é somente quem revela os nossos
segredos Iniciáticos, mas também é perjúrio aquele que não cumpre com as
obrigações contraídas para com a sublime Ord.’. no Cerimonial da Iniciação.
Outro dia encontramos um
destes pseudo-irmãos e perguntei-lhe: por que não tens mais ido à Loja? – ao
que ele me respondeu de pronto: para
que, só para bater malhetes? – Então lhe repliquei: sabes o que significa “bater
malhetes”? – Ele se coçou todo, gaguejou, desculpou-se e foi embora, deixando
atrás de si a poeira ofuscante da sua ignorância.
Aprendemos com um Mestre, a
quem respeitamos e admiramos uma parábola que vamos aqui tentar reproduzir aos
IIr.’..
Londres, fria, úmida,
nevoenta e cinzenta. Havia num bairro um templo religioso, possivelmente
Anglicano, no qual pregava um mesmo pastor há mais de vinte anos. E os
Londrinos, como os ingleses de um modo geral, são extremamente tradicionalistas
e naquele Templo, vinham fiéis das redondezas, sempre os mesmos, sempre
ocupando os mesmos lugares e na sucessão de cada semana, todos já se conheciam
pelos nomes conforme devem ser os Maçons em Loja.
Num certo final de semana, o
pastor notou uma ausência, uma cadeira que estava vazia e era a cadeira de um
dos mais assíduos fiéis.
O pastor preocupou-se, mas
passado o culto, o fato foi esquecido, absorvido que foi o pastor pelas suas
outras atividades.
Nova semana, novo culto, e
novamente a mesma cadeira vazia, o pastor perguntou aos fiéis: alguém viu o
fulano, estaria doente, estaria acontecendo alguma coisa? – Ninguém soube
responder.
Na semana seguinte o fato se
repetiu pela terceira vez e o pastor, após o culto resolveu visitar o fiel.
Chegando lá, encontrou-o à
beira da lareira, em frente ao fogo. Então o pastor lhe perguntou:
- Estás doente?
O fiel lhe respondeu:
- Não, estou muito bem
de saúde.
E o pastor replicou:
- Estás com algum outro
problema?
O fiel lhe respondeu:
- Não, não estou com
problema nenhum, muito pelo contrário, estou muito bem:
Então o pastor lhe
admoestou:
- Mas não tens ido mais
ao culto...
Dito isso o fiel
dirigindo-se ao pastor disse:
- Eu freqüento aquele
culto há mais de vinte anos, sento naquela cadeira, efetuo as orações e entôo
os mesmos hinos, durante todo este tempo eu já aprendi tudo de culto, sei todo
o livro do culto de cor. Então eu acho que não preciso mais ir lá, por isso não
estou indo.
Atônito, o pastor pensou um
pouco, dirigiu-se à lareira, atiçou o fogo e de lá retirou a maior das brasas
que se encontrava na lareira, colocando-a sobre a saleira de mármore da janela,
ante o olhar curioso do fiel.
A brasa, em questões de
minutos, perdeu o brilho, se revestiu de uma túnica cinzenta, transformando-se
em carvão e cinza, fora do convívio com as outras brasas.
O fiel levantou-se colocando
as mãos na cabeça, disse:
- Por
favor, homem pare com isso, eu compreendi a lição. Doravante não mais faltarei
ao culto.
Tornando-se, a partir
daquele dia, a cadeira, novamente ocupada.
Meus irmãos, os MM.’. são
como as brasas, para manterem a luz dos conhecimentos, o calor da fraternidade
e a chama do ideal, necessário é, que estejam no convívio permanente das outras
brasas.
Não faz Maçonaria fora do
Templo. A Maçonaria que se pratica na vida profana é uma obrigação do Iniciado
e é revivida a cada Sessão, como uma espécie de bateria que precisa ser recarregada.
Se algum irmão acha que nada
mais tem aprender, então ele dever ter atingido
a Gnose perfeita e é chegado o momento dele começar a ensinar e para
isso sabe e deve continuar comparecendo à Loj.’.