sexta-feira, 27 de maio de 2016

A Frequência aos trabalhos

Autor desconhecido
 
As parábolas sempre ilustram com  muita força e até com certa dramaticidade os ensinamentos morais. A freqüência dos IIr.’. aos trabalhos é um dos itens constantes de todas as pautas das reuniões.
Há os que não vão aos trabalhos da oficina, porque acham que a mesma nada mais tem a lhes ensinar. São presunçosos. Se forem trolhados, não sabem fazer o S.’.de Aprendiz. Há os que não vão à Of.’. porque acham que as reuniões se tornaram desinteressantes e monótonas. Estes fazem parte daquele grande grupo que entraram para a Maçonaria, mas a Maçonaria não entrou neles. Acham as reuniões desinteressantes mais nada fazem para torná-las melhores. São os reformistas e críticos de palavras, nada fazem porque lhes faltam luzes para fazer, ou porque são egoístas, não querem dividir os seus conhecimentos, quando raramente possuem algum. São os verdadeiros inoperantes da Ord.’.

Os argumentos, de todos os grupos de faltosos, são extremamente frágeis e na realidade se baseiam, também com a Maçonaria em três colunas, ou melhor, três ante-colunas: a ignorância, o desinteresse e o perjúrio. Ser perjúrio não é somente quem revela os nossos segredos Iniciáticos, mas também é perjúrio aquele que não cumpre com as obrigações contraídas para com a sublime Ord.’. no Cerimonial da Iniciação.

Outro dia encontramos um destes pseudo-irmãos e perguntei-lhe: por que não tens mais ido à Loja? – ao que ele me respondeu de pronto:  para que, só para bater malhetes? – Então lhe repliquei: sabes o que significa “bater malhetes”? – Ele se coçou todo, gaguejou, desculpou-se e foi embora, deixando atrás de si a poeira ofuscante da sua ignorância.

Aprendemos com um Mestre, a quem respeitamos e admiramos uma parábola que vamos aqui tentar reproduzir aos IIr.’..

Londres, fria, úmida, nevoenta e cinzenta. Havia num bairro um templo religioso, possivelmente Anglicano, no qual pregava um mesmo pastor há mais de vinte anos. E os Londrinos, como os ingleses de um modo geral, são extremamente tradicionalistas e naquele Templo, vinham fiéis das redondezas, sempre os mesmos, sempre ocupando os mesmos lugares e na sucessão de cada semana, todos já se conheciam pelos nomes conforme devem ser os Maçons em Loja.

Num certo final de semana, o pastor notou uma ausência, uma cadeira que estava vazia e era a cadeira de um dos mais assíduos fiéis.

O pastor preocupou-se, mas passado o culto, o fato foi esquecido, absorvido que foi o pastor pelas suas outras atividades.

Nova semana, novo culto, e novamente a mesma cadeira vazia, o pastor perguntou aos fiéis: alguém viu o fulano, estaria doente, estaria acontecendo alguma coisa? – Ninguém soube responder.

Na semana seguinte o fato se repetiu pela terceira vez e o pastor, após o culto resolveu visitar o fiel.

Chegando lá, encontrou-o à beira da lareira, em frente ao fogo. Então o pastor lhe perguntou:

                       Estás doente?

O fiel lhe respondeu:

                       - Não, estou muito bem de saúde.

E o pastor replicou:

                       - Estás com algum outro problema?

O fiel lhe respondeu:

                       - Não, não estou com problema nenhum, muito pelo contrário, estou muito bem:

Então o pastor lhe admoestou:

                       - Mas não tens ido mais ao culto...

Dito isso o fiel dirigindo-se ao pastor disse:

                       - Eu freqüento aquele culto há mais de vinte anos, sento naquela cadeira, efetuo as orações e entôo os mesmos hinos, durante todo este tempo eu já aprendi tudo de culto, sei todo o livro do culto de cor. Então eu acho que não preciso mais ir lá, por isso não estou indo.

Atônito, o pastor pensou um pouco, dirigiu-se à lareira, atiçou o fogo e de lá retirou a maior das brasas que se encontrava na lareira, colocando-a sobre a saleira de mármore da janela, ante o olhar curioso do fiel.

A brasa, em questões de minutos, perdeu o brilho, se revestiu de uma túnica cinzenta, transformando-se em carvão e cinza, fora do convívio com as outras brasas.

O fiel levantou-se colocando as mãos na cabeça, disse:

- Por favor, homem pare com isso, eu compreendi a lição. Doravante não mais faltarei ao culto.

Tornando-se, a partir daquele dia, a cadeira, novamente ocupada.

Meus irmãos, os MM.’. são como as brasas, para manterem a luz dos conhecimentos, o calor da fraternidade e a chama do ideal, necessário é, que estejam no convívio permanente das outras brasas.

Não faz Maçonaria fora do Templo. A Maçonaria que se pratica na vida profana é uma obrigação do Iniciado e é revivida a cada Sessão, como uma espécie de bateria que precisa ser recarregada.

Se algum irmão acha que nada mais tem aprender, então ele dever ter atingido  a Gnose perfeita e é chegado o momento dele começar a ensinar e para isso sabe e deve continuar comparecendo à Loj.’.

Intervisitação, Regularidade e Reconhecimento Maçônicos


Publicado no You Tube em 26 de maio de 2016.

Dia 25/05/2016 (4ªf) às 20h as Lojas que ficam na R. Rangel Pestana, 80 - Centro, Piracicaba - SP, Brasil, realizaram uma Sessão Publica sem paramentos de Palestra, tendo como palestrante o Soberano Marcos José da Silva, do GOB, com o tema "INTERVISITAÇÃO, REGULARIDADE e RECONHECIMENTO”, onde foram comentados os “8 pontos”, publicados em 1929, sob o título geral de “Princípios Fundamentais para o Reconhecimento de Grandes Lojas”:

   1º. Uma Grande Loja deverá ser Regularmente fundada por uma Grande Loja devidamente reconhecida, ou por, pelo menos, três Lojas Regularmente constituídas;

2º. A Crença no G.·.A.·.D.·.U.·. e em sua Vontade revelada é condição essencial para a admissão de novos membros na Ordem; 

3º. Todos os iniciados devem prestar sua Obrigação ou Juramento sobre o Livro Sagrado;  

4º. A Grande Loja e as suas Lojas, particularmente, serão compostas apenas por homens; também não poderão manter relações com Lojas mistas ou femininas;  

5º. A Grande Loja exercerá seu poder soberano sobre as Lojas de sua jurisdição, possuindo autoridade incontestável sobre os três graus simbólicos, sem qualquer subordinação a um Supremo Conselho;  

6º. As três Grandes Luzes (Livro da Lei, Esquadro e Compasso) serão sempre expostas nos trabalhos da Grande Loja e das Lojas de sua jurisdição; a principal Luz é o Livro da Lei Sagrada;  

7º. As discussões de Ordem Política e Religiosa são interditadas nas Lojas;  

8º. Os Antigos Landmarks, seus usos e costumes na Maçonaria. 

Informou também que no Brasil temos cerca de 196 potências e que o GOB não é o fórum adequado para buscar a regularidade de potência alguma. 

Assistam a palestra, clicando o link abaixo e meditem sobre os assuntos abordados:
 

sábado, 21 de maio de 2016

A frequência aos trabalhos de uma Loj.'.

As parábolas sempre ilustram com muita força e até com certa dramaticidade os ensinamentos morais. A frequência dos IIr.'. aos trabalhos de uma Loj.'.´, é um dos itens constantes de todas as pautas das reuniões.
 
Há os que não vão aos trabalhos da oficina, porque acham que a mesma nada mais tem a lhes ensinar.
 
São presunçosos. Se forem trolhados, não sabem fazer o S.’.de Aprendiz.
 
Há os que não vão à Of.’. porque acham que as reuniões se tornaram desinteressantes e monótonas. Estes fazem parte daquele grande grupo que entraram para a Maçonaria, mas a Maçonaria não entrou neles. Acham as reuniões desinteressantes mais nada fazem para torná-las melhores. São os reformistas e críticos de palavras, nada fazem porque lhes faltam luzes para fazer, ou porque são egoístas, não querem dividir os seus conhecimentos, quando raramente possuem algum. São os verdadeiros inoperantes da Ord.’.
Os argumentos, de todos os grupos de faltosos, são extremamente frágeis e na realidade se baseiam, também com a Maçonaria em três colunas, ou melhor, três ante-colunas: a ignorância, o desinteresse e o perjúrio. Ser perjúrio não é somente quem revela os nossos Segredos Iniciatico,  mas também é perjúrio aquele que não cumpre com as obrigações contraídas para com a sublime Ord.’. no Cerimonial da Iniciação.
Outro dia encontramos um destes pseudo-irmãos e perguntei-lhe: por que não tens mais ido à Loja? – ao que ele me respondeu de pronto:  para que, só para bater malhetes? – Então lhe repliquei: sabes o que significa “bater malhetes”? – Ele se coçou todo, gaguejou, desculpou-se e foi embora, deixando atrás de si a poeira ofuscante de sua ignorância.
Aprendemos com um M.'.M.'., a quem respeitamos e admiramos, uma parábola que vamos aqui tentar reproduzir aos IIr.’.
Londres, fria, úmida, nevoenta e cinzenta. Havia num bairro um templo religioso, possivelmente Anglicano, no qual pregava um mesmo pastor há mais de vinte anos. Os Londrinos, como os ingleses de um modo geral, são extremamente tradicionalistas e naquele Templo, vinham fiéis das redondezas, sempre os mesmos, sempre ocupando os mesmos lugares e na sucessão de cada semana, todos já se conheciam pelos nomes conforme devem ser os Maçons em Loja.
Num certo final de semana, o pastor notou uma ausência, uma cadeira que estava vazia e era a cadeira de um dos mais assíduos fiéis.
O pastor preocupou-se, mas passado o culto, o fato foi esquecido, absorvido que foi o pastor pelas suas outras atividades.
Nova semana, novo culto, e novamente a mesma cadeira vazia, o pastor perguntou aos fiéis: alguém viu o fulano, estaria doente, estaria acontecendo alguma coisa? – Ninguém soube responder.
Na semana seguinte o fato se repetiu pela terceira vez e o pastor, após o culto resolveu visitar o fiel.
Chegando lá, encontrou-o à beira da lareira, em frente ao fogo. Então o pastor lhe perguntou:
                       Estás doente?
O fiel lhe respondeu:
                       - Não, estou muito bem de saúde.
E o pastor replicou:
                       - Estás com algum outro problema?
O fiel lhe respondeu:
                       - Não, não estou com problema nenhum, muito pelo contrário, estou muito bem:
Então o pastor lhe admoestou:
                       - Mas não tens ido mais ao culto...
Dito isso o fiel dirigindo-se ao pastor disse:
                       - Eu frequento aquele culto há mais de vinte anos, sento naquela cadeira, efetuo as orações e entôo os mesmos hinos, durante todo este tempo eu já aprendi tudo de culto, sei todo o livro do culto de cor. Então eu acho que não preciso mais ir lá, por isso não estou indo.
Atônito, o pastor pensou um pouco, dirigiu-se à lareira, atiçou o fogo e de lá retirou a maior das brasas que se encontrava na lareira, colocando-a sobre a saleira de mármore da janela, ante o olhar curioso do fiel.
A brasa, em questões de minutos, perdeu o brilho, se revestiu de uma túnica cinzenta, transformando-se em carvão e cinza, fora do convívio com as outras brasas.
O fiel levantou-se colocando as mãos na cabeça, disse:
- Por favor Pastor, pare com isso, eu compreendi a lição. Doravante não mais faltarei ao culto.
Tornando-se, a partir daquele dia, a cadeira, novamente ocupada.
Meus irmãos, os MM.’. são como as brasas, para manterem a luz dos conhecimentos, o calor da fraternidade e a chama do ideal, necessário é, que estejam no convívio permanente das outras brasas.
Não faz Maçonaria fora do Templo. A Maçonaria que se pratica na vida profana é uma obrigação do Iniciado e é revivida a cada Sessão, como uma espécie de bateria que precisa ser recarregada.
Se algum irmão acha que nada mais tem aprender, então ele dever ter atingido  a Gnose perfeita, então é chegado o momento dele começar a ensinar e para isso, sabe e deve continuar comparecendo à sua Loj.’.
 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Médicos sem Fronteiras - Medecins sans frontieres

 
Hold on !!!  (Aguente Firme !!!)
 
You are not alone !!!  (Você não está sozinho !!!)


Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional sem fins lucrativos que leva ajuda médica de emergência a vítimas de conflitos armados, epidemias, fome, desastres naturais e exclusão do acesso à saúde.

Para garantir o acesso às pessoas que mais precisam de cuidados, MSF atua de forma neutra, imparcial e independente, oferecendo ajuda médica sem discriminação de raça, religião, nacionalidade ou convicções políticas.

Criada por médicos e jornalistas em 1971, a organização tem também o compromisso de denunciar o sofrimento das pessoas que atende e os obstáculos encontrados na tentativa de oferecer ajuda.

Os trabalhos de MSF em campo são desenvolvidos por profissionais de saúde, logística e administração e outras áreas, que se dispõem a enfrentar contextos dos mais desafiadores para levar alívio às pessoas. O
MSF atua em mais de 60 países.

Atuação

Estar no lugar certo, na hora certa. Médicos Sem Fronteiras (MSF) mantém um monitoramento constante das áreas mais propensas a emergências e com acesso restrito a serviços de saúde para estar sempre pronta para agir.

Uma vez identificada uma necessidade, profissionais da organização vão a campo avaliar o cenário para estruturar uma resposta adequada, que pode ser de curto, médio ou longo prazo, envolvendo o desenvolvimento de instalações médicas fixas, como hospitais e centros de nutrição, ou móveis, para atendimento externo.

As equipes de MSF oferecem cuidados básicos e especializados de saúde, atuando tanto na prevenção de doenças - conduzindo campanhas de vacinação, realizando serviços de saneamento básico e suprimento de água limpa e atividades de conscientização - quanto com seu tratamento.

Malária, HIV/Aids, tuberculose, cólera, sarampo e meningite são algumas das doenças mais comumente tratadas pela organização, que também presta assistência a vítimas de violência, inclusive sexual, oferecendo apoio psicológico e cirurgia.

A atuação ágil e independente de MSF é possível graças às contribuições generosas e constantes de doadores do mundo inteiro, que permitem que a organização possa se planejar.

Em 2014, o número de doadores internacionais chegou a mais de 5.7 milhões e o total arrecadado foi de 1,28 bilhão de euros. Confira na tabela abaixo como foram aplicados nossos recursos em 2014.


Projetos de assistência médica e humanitária - 858,1 milhões/euros - 80%

Ações para conseguir mais doadores -
147,2 milhões/euros -
14%

Custos administrativos -
60,2 milhões/euros -
6%


Veja abaixo como você pode ajudar, clicando no link

www.msf.org.br

e veja as lindas mensagens nos links abaixo

 https://youtu.be/8d-bbBlg7Ao

https://youtu.be/AOSbo3arnq4

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O Miosótis e a Maçonaria

 
 
Ir.'. Ruy Luiz Ramires
publicado em 11/03/2010 no site: www.deldebio.com.br
No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer.
E breve, a maçonaria alemã, que conhecera dias gloriosos e que tivera, em suas colunas, os mais ilustres filhos da pátria alemã, com Goethe, Schiller e Lessingn, veria esmagado o espírito da liberdade sob o pretexto de impor a ordem e uma supremacia racial.
Quanto retrocesso desde que Friedrich Wilhelm III, Rei da Prússia, em 1822, impediu que os esbirros reacionários da Santa Aliança de Metternich fechassem as Lojas Maçônicas, declarando peremptoriamente que poderia descrever os Franco-Maçons prussianos, com toda a honestidade, como sendo os melhores dentre os seus súditos… (1)
As Lojas alemãs, na terceira década do século XX, estavam jurisdicionadas a onze Grandes Lojas, divididas em duas tendências.
O primeiro grupo, de tendência humanista, seguindo os antigos costumes ingleses, tinha como base a tolerância, valorizando o candidato por seus méritos e não levando em consideração sua crença religiosa.
Constava de sete Grandes Lojas, a saber: Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja Nacional da Saxônia, em Dresden: Grande Loja do Sol, de Bayreuth; Grande Loja-Mãe da União Eclética dos Franco-Maçons, em Frankfurt; Grande Loja Concórdia, em Darmstadt; Grande Loja Corrente Fraternal Alemã, em Leipzig; e, finalmente, a Grande Loja Simbólica da Alemanha.
O segundo grupo consistia das três antigas Lojas Prussianas, que faziam a exigência de que os candidatos fossem cristãos. Havia ainda a Grande Loja União Maçônica do Sol Nascente, não considerada regular, mas que também tinha tendências humanistas e pacifistas.
Voltando a 1934, a Grande Loja Alemã do Sol se deu conta do grave perigo que iria enfrentar. Inevitavelmente, os maçons alemães estavam partindo para a clandestinidade, devido à radicalização política e ao nacionalismo exacerbado. Muitos adormeceram e alguns romperam com a tradição, formando uma espúria Franco-Maçonaria Nacional Alemã Cristã, sem qualquer conexão com o restante da Franco-Maçonaria. Declaravam eles abandonarem a idéia da universalidade maçônica e rejeitar a ideologia pacifista, que consideravam como demonstração de fraqueza e como uma degeneração fisiológica contrária aos interesses do estado!
Os maçons que persistiram em seus ideais precisaram encontrar um novo meio de identificação que não o óbvio Compasso & Esquadro, seguramente um risco de vida.
Há uma pequenina flor azul que é conhecida, em muitos idiomas, pela mesma expressão: não-me-esqueças – o miosótis.
 
Entenderam, nossos irmãos alemães, que esse novo emblema não atrairia a atenção dos nazistas, então a ponto de fechar-lhes as Lojas e confiscar-lhes as propriedades.
 
O miosótis, é também chamado de Vergissmeininnicht, em alemão; forget-me-not, em inglês; forglemmigef, em dinamarquês; ne-m'oubliez-pas, em francês; non-ti-scordar-di-me, em italiano e não-te-esqueças-de-mim, em português. 

Diz a lenda que Deus assim chamou a florzinha porque ela não conseguia recordar-se do próprio nome. O nome miosótis (Myosotis palustris) significa orelha de camundongo, por causa do formato das pétalas.
O folclore europeu atribui poderes mágicos ao miosótis, como o de abrir as portas invisíveis dos tesouros do mundo. O tamanho reduzido das flores parece sugerir que a humildade e a união estão acima dos interesses materiais, porque é notada principalmente quando, em conjunto, forma buquês no jardim.
De acordo com uma velha tradição romântica alemã, o nome da flor está relacionado às últimas palavras de um cavaleiro errante que, ao tentar alcançar a flor para sua dama, caíra no rio, com sua pesada armadura e afogara-se.
Outra história diz que Adão, ao dar nomes às plantas do Jardim do Éden, não viu a pequena flor azul. Mais tarde, percorrendo o jardim para saber se os nomes tinham sido aceitos, chamou-as pelo nome. Elas curvaram-se cortesmente e sussurravam sua aprovação. Mas uma voz delicada a seus pés perguntou: “- E eu, Adão, qual o meu nome?” Impressionada com a beleza singela da flor e para compensar seu esquecimento, Adão falou: “ – Como eu me esqueci de você antes, digo que vou chamá-la de modo a nunca mais esquecê-la. Seu nome será não-te-esqueças-de-mim.”
Através de todo o período negro do nazismo, a pequenina flor azul identificava um Irmão. Nas cidades e até mesmo nos campos de concentração, o miosótis adornava a lapela daqueles que se recusavam a permitir que a Luz se extinguisse. (2)
O miosótis como símbolo foi objeto de um interessante estudo do irmão David G. Boyd, no Philaletes de abril de 1987. Ele conta, também, que muitos maçons recolheram e guardaram zelosamente jóias, paramentos e registros das Lojas, na esperança de dias melhores. O irmão Rudolf Martin Kaiser, VM da Loja Leopold zur Treue, de Karlsruhe, quebrou a jóia do V.'. M.'. em pequenos pedaços de tal modo que não pudesse ser reconhecida pela infame Gestapo.
Em 1945, o nazismo, com seu credo de ódio, preconceito e opressão, que exterminara, entre outros, também muitos maçons, era atirado no lixo da História. Nas fileiras vitoriosas que ajudaram a derrotá-lo, estavam muitos maçons – ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos, poloneses, australianos, canadenses, neozelandeses e brasileiros. De monarcas, presidentes e comandantes aos mais humildes pracinhas.
Mas, entre os alemães, alguns velhos maçons também sobreviveram, seu sofrimento ajudando a redimir, de alguma forma, a memória da histeria coletiva nazista. Eles eram o penhor da consciência alemã, a demonstração de que a velha chama da civilização alemã continuara, embora com luz tênue, a brilhar durante a barbárie.
Em 14 de junho de 1954, a Grande Loja O Sol (Zur Sonne) foi reaberta, em Bayreuth, sob um ilustre irmão o Dr. Theo Vogel, núcleo da Grande Loja Unida da Alemanha (VGLvD, AF&AM). Nesse momento, o miosótis foi aprovado como emblema oficial da primeira convenção anual, realizada por aqueles que conseguiram sobreviver aos anos amargos do obscurantismo. Nessa convenção, a flor foi adotada, oficialmente, como um emblema Maçônico, em honra àqueles valentes Irmãos que enfrentaram circunstâncias tão adversas.
Certamente, na platéia, estava o V.'. M.'. da Loja Leopold ZurTreue, agora nº 151, ostentando orgulhoso sua jóia recuperada e reconstituída, suas emendas de solda constituindo-se num testemunho mudo e comovente da história.
Finalmente, para coroar, quando Grão-Mestres de todo o mundo encontraram-se nos Estados Unidos, o Grão-Mestre da recém formada Grande Loja Unida da Alemanha (3) presenteou a todos os representantes das Grandes Jurisdições ali presente com um pequeno miosótis para colocar na lapela.
O miosótis também é associado com as forças britânicas que serviram na Alemanha, em especial na região do Rio Reno, logo após a guerra. Há uma Loja, jurisdicionada à Grande Loja Unida da Inglaterra, a Forget-me-not Lodge nº 9035, Ludgershall, Wiltshire, que adotou a flor como emblema. Foi formada especialmente para receber os militares ingleses que retornavam do serviço na Alemanha.
Foi assim que essa mimosa florzinha azul, tão despretensiosa, transformou-se num significativo emblema da Fraternidade – talvez hoje o mais usado pelos maçons alemães.
Ainda hoje, na maioria das Lojas germânicas, o alfinete de lapela com o miosótis é dado aos novos Mestres, ocasião em que se explica o seu significado para que se perpetue uma história de honra e amor frente à adversidade, um exemplo para as futuras gerações Maçônicas de todas as nações.

Observações 
1. ,Die Freimaurer – The Freemasons, Lewis Masonic, edição em inglês, revisada, 1994.

2. O uso do miosótis como identificação secreta dos Maçons alemães, foi contestado no Square Magazine, de setembro de 1988, pelo Ir.'. Cyril Batham, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº 2076, mas, em que pese toda a autoridade do irmão do Ir.'. Batham, ele apenas negou a autenticidade da estória, sem, entretanto, apresentar os motivos da negativa. Além disso, há anos que a casa Ian Alan Regalia, especializada em paramentos maçônicos, exibe o miosótis em gravatas, alfinetes de lapelae pendentes, em prata, ouro e bijuteria. Por que o fariam, se o miosótis não fosse tão importante?
 
3. Na formação da Grande Loja unida da Alemanha aparecem 3 das Grandes Lojas existentes antes da II Guerra Mundial: Grande Loja do Sol, em Bayreuth; Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja de Hesse, em Frankfurt (antiga União Eclética); Grande Loja de Bremen; Grande Loja Unidade, em Baden-Baden; Grande Loja Nacional de Niedercachse, em Hanover; Grande Loja Nacional de Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf; Grande Loja Nacional de Schleswing-Holstein, em Luberck; e Grande Loja de Wurttemberg-Baden, em Stuttgart. De acordo com o List of Lodges, em 2001 contava com 14.000 irmãos distribuídos em 490 Lojas.