segunda-feira, 30 de abril de 2012

O Alquimista

Certa vez um andarilho apareceu numa aldeia da Idade Média.

Dirigiu-se à praça central da cidade, anunciou-se como alquimista e disse que ensinaria como transformar qualquer tipo de metal em ouro.

Algumas pessoas pararam para ouví-lo e começaram a proferir gracejos e ridicularizá-lo.

O estranho não se abalou com as chacotas.

Pediu um pedaço de metal e alguém lhe entregou uma ferradura. Um outro lhe ofereceu um prego.

O alquimista pegou ambas as peças e ainda sob risadas dos incrédulos, colocou-as numa pequena vasilha e derramou sobre elas o conteúdo de um frasco que havia retirado de sua sacola.

Permaneceu alguns segundos em silêncio e o fenômeno aconteceu: a ferradura e o prego tornaram-se dourados.

Uma sensação de espanto percorreu a multidão que se avolumava cada vez mais na praça. O alquimista levantou as peças de ouro para que todos pudessem admirar a transmutação.

Um ourives presente no local pediu para examinar os objetos e foi atendido. Em pouco tempo, revelou serem as peças de ouro puríssimo, como nunca tinha visto. As pessoas agitaram-se e agora queriam ouvir.

O alquimista pegou um grosso livro de sua sacola e disse estar nele o segredo da transmutação dos metais em ouro.

Em seguida, entregou o livro a uma criança próxima e partiu tranquilo.

Ninguém o viu ir embora, pois todos os olhos mantiveram-se fixos no livro que estava nas mãos da criança.

Poucos dias depois, a maioria das pessoas possuía uma cópia do valioso manuscrito e, assim, a receita para produzir ouro passou a ser conhecida de todos. Contudo a fórmula era complexa.

Exigia água destilada mil vezes no silêncio da madrugada e ingredientes que deveriam ser colhidos em noites especiais e em praias distantes .
No início todos se puseram com as mãos à obra, mas com o passar do tempo foram desistindo do trabalho.

Era muito penoso ficar mil noites em silêncio esperando a água destilar. Além disso, procurar os outros ingredientes era muito cansativo.

À medida que desistiam, tentavam convencer os outros a fazerem o mesmo.

Diziam que a fórmula era apenas uma galhofa deixada pelo alquimista para mostrar como eram tolos.

Assim, muitos e muitos outros, influenciados pelos primeiros, também desistiram.

Mas, um pequeno grupo prosseguiu com o trabalho. Apesar de ridicularizados pelo resto da aldeia, continuaram destilando a água e fizeram várias viagens junto à procura dos ingredientes da fórmula.

O tempo correu e a quantidade de histórias divertidas e de situações que eles passaram juntos desde que começaram a seguir a fórmula cresceu.

O grupo dos aprendizes de alquimia tornou-se cada vez mais amigo e mais unido.

Converteram-se em grandes amigos. Até que em um mesmo dia, todos que tinham começado juntos, viraram a última página das instruções do livro.

E lá estava escrito:

"Se todas as instruções foram seguidas, você tem agora o líquido que, derramado sobre qualquer metal, transforma-o em ouro.

Entretanto, agora você também já percebeu que a maior riqueza não está no produto obtido, mas sim no caminho percorrido.”

“O que nos torna infinitamente ricos não é a quantidade de ouro que conseguimos produzir, mas os momentos que compartilhamos com verdadeiros amigos".


domingo, 15 de abril de 2012

O tempo e a vida !!

Ir.’.José Divino Crepalde (Zelão)
A.’. R.’. L.’. S.’. Cinquentenário” nº 192 - Or.’. de Santo André - SP

O tempo é um dos temas que sempre atraíram a atenção do Ser Racional. Trata-se de conhecê-lo, diagnosticá-lo, para dar dimensões mais amplas ao desenvolvimento pessoal.
A Filosofia nos ensina que ele é um fluir constante; uma sucessão ininterrupta , na qual todas as coisas que a experiência nos mostra, nascem, existem e morrem. É fatalmente irreversível: nenhum esforço humano o pode deter, retardar ou acelerar.  
Tudo com movimento perene, passa e vai passando.
Daí o natural interesse do homem pelo tempo.
O viver em plenitude cada instante  é o segredo da verdadeira vida. Cristo viveu 33 anos, Alexandre Magno 32, Tomás de Aquino 48, Franz Schubert 31 e Mozart 35. A eles e a tantos outros se aplica o dito das Escrituras: “...tendo vivido pouco, encheram a carreira duma larga vida...”. Tanto é verdade, que o importante não é viver muito, mas viver bem. 
Como vemos, o que importa não é quanto, mas o como...
Não devemos perder tempo com o tempo. Se nos preocuparmos demais com o relógio e com o calendário, não poderemos nos concentrar no que estamos fazendo. É como diz o ditado: “a pressa é a inimiga da perfeição”.
Por isso, devemos ter a tolerância e a paciência necessárias para aprender com o passar do tempo. Ele, o tempo, não tem preconceitos: para os pobres , ricos, feios ou bonitos, a sua marca é inextinguível. Podemos até tentar enganá-lo, porém, se o conseguirmos, não será por mais que breves momentos.
Por outro lado, se olharmos o tempo com o devido respeito, acompanhando a evolução, ele é uma grande escola; onde o aluno tem que viver para aprender. Se for reprovado, não há como voltar atrás, vai ter que recuperar, fazendo horas extras ou coisa que o valha.

Entretanto, há pessoas impacientes que querem resolver tudo muito depressa. Para elas vale lembrar outro velho ditado: “quem tem pressa come crú e quente”.
Imaginem se, ao desbastar uma pedra bruta, usamos a força porque temos pressa. Poderemos quebrar a gema que porventura exista no seu interior.
 Se não devemos ficar de boca aberta esperando o tempo passar, devemos ficar alerta; sem atropelar, pois tudo tem a sua hora para acontecer e certamente acontecerá.
O tempo pode nos trazer muitos conhecimentos. Permitam-me contar que após um pequeno diálogo que mantive com meu filho, sobre as várias experiências e situações que a vida nos coloca e também como foram as soluções tomadas, ele me disse: “É pai...pena que a maioria dos jovens não tenha a oportunidade de aprender”.
Mesmo que nos ouçam, quando aprendem pode ser tarde para por em prática......O tempo passou.
Por isso, ouçam o mais que puderem e Falem somente o necessário. Não existe um sábio que não tenha nada para aprender, nem um ignorante que não tenha nada para ensinar, mesmo que o papo, às vezes, não pareça tão interessante. Quando conversamos com uma pessoa vinte anos mais velha e mesmo que ela pareça ignorante, ainda assim teremos a oportunidade de adicionar esses vinte anos  aos nossos conhecimentos.
Espero que esse simples trabalho -  tão simples quanto o seu autor - possa e faça com que observemos mais o tempo, para então, tirarmos o maior proveito de seus ensinamentos.

(retirado do livro “Coletânea de Trabalhos”  - vol III - da Loja “Cinquentenário” nº 192 - Or.’. de Santo André -SP).